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VERSO 47

taṁ tvāṁ vidāma bhagavan param ātma-tattvaṁ
sattvena samprati ratiṁ racayantam eṣām
yat te ’nutāpa-viditair dṛḍha-bhakti-yogair
udgranthayo hṛdi vidur munayo virāgāḥ

tam — a Ele; tvām — Vós; vidāma — sabemos; bhagavan — ó Suprema Personalidade de Deus; param — a Suprema; ātma-tattvam — Verdade Absoluta; sattvena — por Vossa forma de bondade pura; samprati — agora; ratim — amor a Deus; racayantam — criando; eṣām — de todas elas; yat — as quais; te — Vossa; anutāpa — misericórdia; viditaiḥ — entendida; dṛḍha — inabalável; bhakti-yogaiḥ — através do serviço devocional; udgranthayaḥ — sem apego, livre do cativeiro material; hṛdi — no coração; viduḥ — entendida; munayaḥ — grandes sábios; virāgāḥ — não interessados na vida material.

Sabemos que Vós sois a Suprema Verdade Absoluta, a Personalidade de Deus, a qual manifesta Sua forma transcendental no modo incontaminado da bondade pura. Essa forma eterna e transcendental de Vossa personalidade só pode ser entendida por Vossa misericórdia e através do serviço devocional inabalável por grandes sábios cujos corações têm sido purificados no caminho devocional.

SIGNIFICADO—Pode-se compreender a Verdade Absoluta sob três aspectos – Brahman impessoal, Paramātmā localizado e Bhagavān, a Suprema Personalidade de Deus. Aqui se admite que a Suprema Personalidade de Deus é a última palavra na compreensão da Verdade Absoluta. Muito embora os quatro Kumāras fossem instruídos por seu grandioso e erudito pai, Brahmā, eles não puderam entender realmente a Suprema Verdade Absoluta. Só puderam entendê-lA ao verem pessoalmente a Personalidade de Deus com seus próprios olhos. Em outras palavras, se alguém vê ou compreende a Suprema Personalidade de Deus, compreende automaticamente os outros dois aspectos da Verdade Absoluta, a saber, o Brahman impessoal e o Paramātmā localizado. Portanto, os Kumāras confirmam: “Vós sois a Verdade Absoluta fundamental.” Os impersonalistas poderão argumentar que, uma vez que a Suprema Personalidade de Deus estava tão bem adornada, Ela não era, portanto, a Verdade Absoluta. Mas aqui se confirma que toda a variedade da plataforma absoluta é constituída de śuddha-sattva, bondade pura. No mundo material, qualquer qualidade – bondade, paixão ou ignorância – é contaminada. Mesmo a qualidade da bondade, aqui no mundo material, não está isenta de manchas de paixão e ignorância. Porém, no mundo transcendental, existe apenas bondade pura, sem mácula alguma de paixão ou ignorância; por conseguinte, a forma da Suprema Personalidade de Deus e Seus variados passatempos e parafernália são todos puro sattva-guṇa. Essa variedade em bondade pura, o Senhor a manifesta eternamente para a satisfação do devoto. O devoto não quer ver a Suprema Personalidade da Verdade Absoluta no vazio ou impersonalismo. Em um sentido, a variedade transcendental absoluta destina-se somente aos devotos, não a outros, porque esse aspecto distinto de variedade transcendental só pode ser compreendido pela misericórdia do Senhor Supremo, e não pela especulação mental, ou pelo processo ascendente. Afirma-se que uma pessoa pode entender a Suprema Personalidade de Deus quando é favorecida mesmo que ligeiramente por Ele; caso contrário, sem Sua misericórdia, pode ser que um homem especule por milhares de anos e não entenda o que é realmente a Verdade Absoluta. O devoto pode perceber essa misericórdia ao livrar-se inteiramente de toda a contaminação. Declara-se, portanto, que só o devoto que elimina toda a contaminação e se desapega totalmente das atrações materiais é que pode receber essa misericórdia do Senhor.

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