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VERSO 25

sa upavrajya varadaṁ
prapannārti-haraṁ harim
anugrahāya bhaktānām
anurūpātma-darśanam

saḥ — senhor Brahmā; upavrajya — aproximando-se; vara-dam — o outorgador de todas as bênçãos; prapanna — daqueles que se refugiam a Seus pés de lótus; ārti — aflição; haram — que dissipa; harim — o Senhor Śrī Hari; anugrahāya — para mostrar misericórdia; bhaktānām — para Seus devotos; anurūpa — sob formas adequadas; ātma-darśanam — que Se manifesta.

Ele se aproximou da Personalidade de Deus, que concede todas as bênçãos e dissipa a agonia de Seus devotos e daqueles que se refugiam a Seus pés de lótus. Ele manifesta Suas inúmeras formas transcendentais para a satisfação de Seus devotos.

SIGNIFICADO—Aqui as palavras bhaktānām anurūpātma-darśanam significam que a Personalidade de Deus manifesta Suas múltiplas formas de acordo com os desejos dos devotos. Por exemplo, Hanumānjī (Vajrāṅgajī) queria ver a forma do Senhor como a Personalidade de Deus Rāmacandra, ao passo que outros vaiṣṇavas querem ver a forma de Rādhā-Kṛṣṇa, e existem ainda outros devotos que querem ver o Senhor na forma de Lakṣmī-Nārāyaṇa. Os filósofos māyāvādīs pensam que, embora o Senhor assuma todas essas formas da maneira como os devotos desejam vê-lO, Ele é impessoal, na realidade. A partir da Brahma-saṁhitā, contudo, podemos entender que não é assim, pois o Senhor tem múltiplas formas. A Brahma-saṁhitā afirma que advaitam acyutam. O Senhor não aparece perante o devoto devido à imaginação do devoto. A Brahma-saṁhitā explica ainda que o Senhor tem formas inumeráveis: rāmādi-mūrtiṣu kalā-niyamena tiṣṭhan. Ele existe em milhões e milhões de formas. Existem 8.400.000 espécies de entidades vivas, mas as encarnações do Senhor Supremo são inumeráveis. O Bhāgavatam declara que, assim como as ondas do mar não podem ser contadas, pois aparecem e desaparecem continuamente, do mesmo modo, as encarnações e formas do Senhor são inumeráveis. O devoto apega-se a uma forma em particular, e é essa forma que ele adora. Nós acabamos de descrever o primeiro aparecimento da encarnação de javali dentro deste universo. Existem inúmeros universos, e, em alguma parte, a forma de javali está existindo agora. Todas as formas do Senhor são eternas. O devoto tem a propensão a adorar uma forma em particular, e ocupa-se em serviço devocional a essa forma. Num verso do Rāmāyaṇa, Hanumān, o grande devoto de Rāma, disse: “Sei que não há diferença entre as formas Sītā-Rāma e Lakṣmī-Nārāyaṇa da Suprema Personalidade de Deus, mas, apesar disso, as formas de Rāma e Sītā absorveram meu amor e afeição. Por isso, desejo ver o Senhor nas formas de Rāma e Sītā.” De maneira semelhante, os vaiṣṇavas gauḍīyas amam as formas de Rādhā e Kṛṣṇa, e de Kṛṣṇa e Rukmiṇī em Dvārakā. As palavras bhaktānām anurūpātma-darśanam significam que o Senhor sente satisfação em favorecer o devoto sob a forma específica em que o devoto quer adorá-lO e prestar-Lhe serviço. Neste verso, afirma-se que Brahmā recorreu a Hari, a Suprema Personalidade de Deus. Essa forma do Senhor é Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu. Sempre que surge algum problema e Brahmā tem de recorrer ao Senhor, ele pode recorrer a Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu, e, pela graça do Senhor, sempre que Brahmā recorre a Ele por causa de distúrbios no universo, o Senhor lhe traz alívio de muitas maneiras.

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