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VERSO 30

saṁśayo ’tha viparyāso
niścayaḥ smṛtir eva ca
svāpa ity ucyate buddher
lakṣaṇaṁ vṛttitaḥ pṛthak

saṁśayaḥ — dúvida; atha — então; viparyāsaḥ — equívoco; niścayaḥ — compreensão correta; smṛti — memória; eva — também; ca — e; svāpaḥ — sono; iti — assim; ucyate — são considerados; buddheḥ — da inteligência; lakṣaṇam — características; vṛttitaḥ — por suas funções; pṛthak — diferentes.

A dúvida, o equívoco, a compreensão correta, a memória e o sono, conforme determinam suas diferentes funções, são considerados as características distintas da inteligência.

SIGNIFICADO—A dúvida é uma das funções importantes da inteligência: a aceitação cega de algo não é prova de inteligência. Portanto, a palavra saṁśaya é muito importante – para cultivar inteligência, deve-se duvidar no começo. Porém, duvidar não é muito favorável quando se recebe informação da fonte adequada. Na Bhagavad-gītā, o Senhor diz que duvidar das palavras de uma autoridade é causa de ruína.

Como se descreve no sistema de yoga de Patañjali, pramāṇa-viparyaya-vikalpa-nidra-smṛtyaḥ. É somente com a inteligência que se pode compreender as coisas como elas são. É somente com a inteligência que podemos entender se somos o corpo ou não. O estudo para determinar se nossa identidade é espiritual ou material começa com a dúvida. Se conseguimos analisar nossa verdadeira posição, percebemos nossa falsa identificação com o corpo. Isso é viparyāsa. Quando se percebe a falsa identificação, pode-se entender a verdadeira identificação. A verdadeira compreensão é descrita aqui como niścayaḥ, ou conhecimento experimental provado. Pode-se alcançar esse conhecimento experimental quando se entende o falso conhecimento. Mediante o conhecimento experimental, ou provado, podemos entender que não somos o corpo, mas, sim, almas espirituais.

Smṛti significa “memória”, e svāpa, “sono”. O sono também é necessário para manter a inteligência em condição de funcionamento. Se não há sono, o cérebro não pode funcionar bem. Na Bhagavad-gītā, menciona-se especialmente que as pessoas que regulam o comer, o dormir e demais necessidades do corpo em proporção adequada tornam-se muito exitosas no processo de yoga. Esses são alguns dos aspectos do estudo analítico da inteligência, como se descreve tanto no sistema de yoga de Patañjali quanto no sistema de filosofia sāṅkhya de Kapiladeva, no Śrīmad-Bhāgavatam.

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