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VERSO 28

jīvāḥ śreṣṭhā hy ajīvānāṁ
tataḥ prāṇa-bhṛtaḥ śubhe
tataḥ sa-cittāḥ pravarās
tataś cendriya-vṛttayaḥ

jīvāḥ — entidades vivas; śreṣṭhāḥ — melhores; hi — de fato; ajīvānām — do que objetos inanimados; tataḥ — do que elas; prāṇa-bhṛtaḥ — entidades com sintomas de vida; śubhe — ó abençoada mãe; tataḥ — do que elas; sa-cittāḥ — entidades com consciência desenvolvida; pravarāḥ — melhores; tataḥ — do que elas; ca — e; indriya-vṛttayaḥ — aquelas com percepção sensorial.

Entidades vivas são superiores a objetos inanimados, ó abençoada mãe, e, entre elas, entidades vivas que manifestam sintomas de vida são melhores. Animais com consciência desenvolvida são melhores que essas, e melhor ainda são aquelas que desenvolveram percepção sensorial.

SIGNIFICADO––No verso anterior, explicou-se que se deve honrar as entidades vivas com presentes caridosos e comportamento amistoso, e, neste verso e nos versos seguintes, apresenta-se a descrição de diferentes classes de entidades vivas para que se possa saber quando se comportar amigavelmente e quando dar caridade. Por exemplo, o tigre é uma entidade viva, parte integrante da Suprema Personalidade de Deus, e o Senhor Supremo vive no coração do tigre como a Superalma. Mas isso significa que temos de tratar o tigre de maneira amistosa? É evidente que não. Temos de tratá-lo de modo diferente, dando-lhe caridade na forma de prasāda. As muitas pessoas santas que andam pelas selvas não tratam os tigres de maneira amistosa, mas suprem-lhes alimentos prasāda. Os tigres vêm, comem o alimento e vão embora, como faz um cão. Segundo o sistema védico, não se permite que um cão entre em casa. Devido à sua sujeira, cães e gatos não podem entrar no apartamento de um cavalheiro, mas são treinados de maneira que permaneçam do lado de fora. O compassivo chefe de família fornecerá prasāda aos cães e gatos, que comem do lado de fora e depois se vão. Devemos tratar as entidades vivas inferiores compassivamente, mas isso não quer dizer que tenhamos de tratá-las da mesma maneira que tratamos outros seres humanos. É preciso existir o sentimento de igualdade, mas devemos tratar as entidades vivas com discernimento. Nos seis versos seguintes, apresenta-se a informação de como se deve manter a discriminação em relação aos diferentes graus de condições de vida.

A primeira divisão é feita entre a matéria morta, pétrea, e o organismo vivo. Às vezes, organismos vivos manifestam-se inclusive na pedra. A experiência mostra que algumas colinas e montanhas crescem. Isso se deve à presença da alma dentro dessas pedras. Acima disso, a próxima manifestação de condições vitais é o desenvolvimento da consciência, e a manifestação seguinte é o desenvolvimento de percepção sensorial. Na seção Mokṣa-dharma do Mahābhārata, afirma-se que as árvores têm percepção sensorial desenvolvida: elas podem ver e cheirar. Sabemos por experiência que as árvores podem ver. Algumas vezes, em seu crescimento, uma grande árvore muda seu curso de desenvolvimento para evitar alguns obstáculos. Isso significa que a árvore pode ver, e, segundo o Mahābhārata, uma árvore também pode cheirar. Isso indica o desenvolvimento de percepção sensorial.

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