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VERSO 38

ātmano ’vasito vatsa
mahimā kavinādinā
saṁvatsara-sahasrānte
dhiyā yoga-vipakkayā

ātmanaḥ — da Alma Suprema; avasitaḥ — conhecido; vatsa — ó meu caro filho; mahimā — glórias; kavinā — pelo poeta Brahmā; ādinā — original; saṁvatsara — anos celestiais; sahasra-ante — ao final de mil; dhiyā com inteligência: yoga-vipakkayā — pela meditação madura.

Ó meu filho, Brahmā, o poeta original, após madura meditação durante mil anos celestiais, pôde entender apenas que as glórias da Alma Suprema são inconcebíveis.

SIGNIFICADO—Há alguns filósofos semelhantes a rãs que querem conhecer a Alma Suprema por meio da filosofia e da especulação mental. E quando os devotos, que até certo ponto têm conhecimento do Senhor Supremo, admitem que as glórias do Senhor são inestimáveis ou inconcebíveis, os filósofos semelhantes a rãs criticam-nos combativamente. Esses filósofos, como a rã no poço que tentou avaliar a medida do Oceano Pacífico, gostam de se dar ao incômodo da infrutífera especulação mental, em vez de aceitarem as instruções de devotos, como o poeta original, a saber, Brahmā. O senhor Brahmā submeteu-se a um tipo rigoroso de meditação durante mil anos celestiais, apesar do que disse que as glórias do Senhor são inconcebíveis. Portanto, o que os filósofos semelhantes a rãs podem esperar conseguir com suas especulações mentais?

É dito na Brahma-saṁhitā que mesmo que o especulador mental voe pelo céu da especulação à velocidade da mente ou do vento por milhões e milhões de anos, ainda assim ele o achará inconcebível. Os devotos, entretanto, não perdem tempo com essa busca infrutífera do conhecimento do Supremo, senão que ouvem submissamente as glórias do Senhor faladas por devotos fidedignos. Desta forma, eles desfrutam transcendentalmente do processo de ouvir e cantar. O Senhor aprova as atividades devocionais dos devotos, ou mahātmās, e diz:

mahātmānas tu māṁ pārtha
daivīṁ prakṛtim āśritāḥ
bhajanty ananya-manaso
jñātvā bhūtādim avyayam

satataṁ kīrtayanto māṁ
yatantaś ca dṛḍha-vratāḥ
namasyantaś ca māṁ bhaktyā
nitya-yuktā upāsate

(Bhagavad-gītā 9.13-14)

Os devotos puros do Senhor refugiam-se na parā prakṛti, a potência interna do Senhor chamada Lakṣmīdevī, Sītādevī, Śrīmatī Rādhārāṇī ou Śrīmatī Rukmiṇīdevī, e assim se tornam verdadeiros mahātmās, ou grandes almas. Os mahātmās não gostam de se entregar a especulações mentais, mas aceitam realmente ο serviço devocional ao Senhor, sem ο menor desvio. Ο serviço devocional manifesta-se pelo processo primário de ouvir e cantar sobre as atividades do Senhor. Esse método transcendental praticado pelos mahātmās dá-lhes suficiente conhecimento sobre ο Senhor porque, se há algum meio pelo qual ο Senhor pode ser conhecido até certo ponto, esse meio é o serviço devocional, e nenhum outro. Uma pessoa pode continuar especulando e perder ο valioso tempo de sua vida humana, mas isso não ajudará ninguém a entrar nos recintos do Senhor. Os mahātmās, entretanto, não se preocupam em conhecer ο Senhor através da especulação mental porque desfrutam ouvindo sobre Suas gloriosas atividades em Seu trato transcendental com Seus devotos ou com os demônios. Os devotos sentem prazer ouvindo ambas as atividades e são felizes nesta vida e na próxima.

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