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VERSO 2

nālaṁ vayaṁ te mahimānuvarṇane
yo deva-varyo ’vatatāra māyayā
venāṅga-jātasya ca pauruṣāṇi te
vācas-patīnām api babhramur dhiyaḥ

na alam — incapazes; vayam — nós; te — vossas; mahima — glórias; anuvarṇane — descrevendo; yaḥ — vós que; deva — a Personalidade de Deus; varyaḥ — mais notável; avatatāra — descestes; māyayā — por Suas potências internas ou misericórdia imotivada; vena-aṅga — do corpo do rei Vena; jātasya — que apareceu; ca — e; pauruṣāṇi — atividades gloriosas; te — vossas; vācaḥ-patīnām — de grandes oradores; api — embora; babhramuḥ — confundiram-se; dhiyaḥ — as mentes.

Os recitadores continuaram: Querido rei, sois uma encarnação direta da Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Viṣṇu, por cuja misericórdia imotivada descestes a esta Terra. Portanto, não nos é possível glorificar realmente vossas elevadas atividades. Apesar de terdes aparecido através do corpo do rei Vena, mesmo grandes oradores como o Senhor Brahmā e outros semideuses não podem descrever exatamente as gloriosas atividades de Vossa Onipotência.

SIGNIFICADO—Neste verso, a palavra māyayā significa “por vossa misericórdia imotivada”. Os filósofos māyāvādīs explicam a palavra māyā como significando “ilusão” ou “falsidade”. Entretanto, há outro significado para o termo māyā – isto é, “misericórdia imotivada”. Há duas classes de māyāyogamāyā e mahāmāyā. Mahāmāyā é uma expansão de yogamāyā, e ambas essas māyās são diferentes expressões das potências internas do Senhor. Como se afirma na Bhagavad-gītā, o Senhor aparece através de Suas potências internas (ātma-māyayā). Portanto, devemos rejeitar a explicação māyāvāda de que o Senhor aparece em um corpo dado pela potência externa, a energia material. O Senhor e Sua encarnação são plenamente independentes e podem aparecer em toda e qualquer parte graças à potência interna. Muito embora nascido do suposto cadáver do rei Vena, o rei Pṛthu era uma encarnação da Suprema Personalidade de Deus devido à potência interna do Senhor. O Senhor pode aparecer em qualquer família. Às vezes, Ele aparece como uma encarnação de peixe (matsya-avatāra) ou uma encarnação de javali (varāha-avatāra). Assim, o Senhor é inteiramente livre e independente para aparecer em toda e qualquer parte mediante Sua potência interna. Afirma-se que Ananta, uma encarnação do Senhor que tem bocas ilimitadas, não é capaz de chegar ao fim de Sua glorificação ao Senhor, embora Ananta esteja descrevendo o Senhor desde tempos imemoriais. O que dizer, então, de semideuses como o senhor Brahmā, o senhor Śiva e outros? Afirma-se que o Senhor é śiva-viriñci-nutam – sempre adorado por semideuses como o senhor Śiva e o senhor Brahmā. Se os semideuses não podem encontrar uma linguagem adequada para expressar as glórias do Senhor, o que dizer, então, de outros? Consequentemente, recitadores como o sūta e o māgadha sentiam-se incompetentes para falar sobre o rei Pṛthu.

Quem glorifica o Senhor com versos elevados se purifica. Embora sejamos incapazes de oferecer orações ao Senhor de maneira adequada, é nosso dever tentar fazê-lo para a nossa própria purificação. Não é que devamos parar nossa glorificação porque semideuses como o senhor Brahmā e o senhor Śiva não podem glorificar o Senhor adequadamente. Ao contrário, como afirma Prahlāda Mahārāja, todos devem glorificar o Senhor de acordo com sua própria capacidade. Se formos devotos sérios e sinceros, o Senhor nos dará inteligência para oferecer orações adequadamente.

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