VERSO 21
māṁ vipāṭyājarāṁ nāvaṁ
yatra viśvaṁ pratiṣṭhitam
ātmānaṁ ca prajāś cemāḥ
katham ambhasi dhāsyasi
mām — a mim; vipāṭya — despedaçando; ajarām — muito forte; nāvam — barco; yatra — onde; viśvam — toda a parafernália do mundo; pratiṣṭhitam — encontrando-se; ātmānam — a ti mesmo; ca — e; prajāḥ — teus súditos; ca — também; imāḥ — todos esses; katham — como; ambhasi — na água; dhāsyasi — manterás.
A Terra sob a forma de vaca prosseguiu: Meu querido rei, sou como um forte barco, que transporta toda a parafernália do mundo. Se me despedaçares, como tu e teus súditos deixarão de afundar?
SIGNIFICADO—Debaixo de todo sistema planetário, encontra-se a água garbha. O Senhor Viṣṇu está deitado nesta água garbha, e cresce um caule de lótus de Seu abdômen; todos os planetas dentro do universo flutuam no ar, sendo sustentados por esse caule de lótus. Se um planeta é destruído, ele está fadado a cair na água de garbha. A Terra, portanto, advertiu ao rei Pṛthu que ele não ganharia nada se a destruísse. Na realidade, como ele e seus cidadãos conseguiriam evitar de afundar na água garbha? Em outras palavras, o espaço exterior pode ser comparado a um oceano de ar, onde cada planeta flutua assim como um barco ou uma ilha flutuam no oceano. Às vezes, os planetas são chamados de dvīpas, ou ilhas, e às vezes são chamados de barcos. Assim, com essa referência, a Terra sob a forma de vaca explica parcialmente a manifestação cósmica.