VERSO 3
asmil loke ’thavāmuṣmin
munibhis tattva-darśibhiḥ
dṛṣṭā yogāḥ prayuktāś ca
puṁsāṁ śreyaḥ-prasiddhaye
asmin — nesta; loke — duração de vida; atha vā — ou; amuṣmin — na próxima vida; munibhiḥ — pelos grandes sábios; tattva — a verdade; darśibhiḥ — por aqueles que a veem; dṛṣṭāḥ — prescritos; yogāḥ — métodos; prayuktāḥ — aplicados; ca — também; puṁsām — das pessoas em geral; śreyaḥ — benefício; prasiddhaye — quanto à obtenção.
Para beneficiar toda a sociedade humana, não só nesta vida, mas também na próxima, os grandes videntes e sábios prescrevem diversos métodos conducentes à prosperidade das pessoas em geral.
SIGNIFICADO—A civilização védica tira proveito do conhecimento perfeito apresentado nos Vedas e apresentado por grandes sábios e brāhmaṇas para o benefício da sociedade humana. Os preceitos védicos são conhecidos como śruti, e as apresentações suplementares adicionais a esses princípios, conforme são legadas pelos grandes sábios, são conhecidas como smṛti. Elas seguem os princípios da instrução védica. A sociedade humana deve tirar proveito das instruções tanto de śruti quanto de smṛti. Se alguém deseja avançar na vida espiritual, deve adotar essas instruções e seguir os princípios. No Bhakti-rasāmṛta-sindhu, Śrīla Rūpa Gosvāmī diz que quem se faz passar por avançado na vida espiritual, mas não se reporta aos śrutis e smṛtis não passa de um mero distúrbio na sociedade. Devemos seguir os princípios estabelecidos nos śrutis e nos smṛtis, não somente em nossa vida espiritual, mas também na vida material. Quanto à sociedade humana, ela também deve seguir o Manu-smṛti, pois essas leis são decretadas por Manu, o pai da humanidade.
No Manu-smṛti, afirma-se que a mulher não deve ter independência, senão que deve ser protegida pelo pai, pelo esposo e pelos filhos mais velhos. Em todas as circunstâncias, a mulher deve permanecer dependente de algum guardião. Atualmente, as mulheres têm plena independência como os homens, mas, na verdade, podemos ver que essas mulheres independentes não são mais felizes do que as mulheres que estão sob a custódia de guardiões. Se as pessoas seguirem os preceitos dados pelos grandes sábios, pelos śrutis e pelos smṛti, poderão realmente ser felizes, tanto nesta vida, quanto na próxima. Infelizmente, os patifes inventam mil maneiras e meios para serem felizes. Todos vivem inventando muitos métodos. Consequentemente, a sociedade humana perdeu os modos padrão de vida, tanto material quanto espiritualmente, e o resultado é que as pessoas estão confusas, e não há paz nem felicidade no mundo. Muito embora tentem resolver os problemas da sociedade humana nas Nações Unidas, estão frustradas. Como não seguem as instruções liberadas dos Vedas, são infelizes.
Asmin e amuṣmin são duas palavras significativas usadas neste verso. Asmin significa “nesta vida”, e amuṣmin, “na próxima vida”. Infelizmente, nesta era, mesmo professores renomados e homens eruditos acreditam que não existe uma próxima vida e que tudo acaba nesta vida. Já que são tolos e patifes, que conselhos podem dar? De qualquer modo, fazem-se passar por professores e acadêmicos eruditos. Neste verso, a palavra asmin é muito explícita. É dever de todos moldar sua vida de tal maneira que sua próxima vida seja proveitosa. Assim como um menino é educado para se tornar feliz mais tarde, devemos ser educados nesta vida a fim de alcançar uma vida eterna e próspera após a morte. Portanto, é essencial que as pessoas sigam aquilo que estabelecem o śruti e o smṛti para certificarem-se de que sua missão humana seja exitosa.