VERSO 23
yāni rūpāṇi jagṛhe
indro haya-jihīrṣayā
tāni pāpasya khaṇḍāni
liṅgaṁ khaṇḍam ihocyate
yāni — todas aquelas que; rūpāṇi — formas; jagṛhe — aceitou; indraḥ — o rei do céu; haya — o cavalo; jihīrṣayā — com o desejo de roubar; tāni — todos aqueles; pāpasya — de atividades pecaminosas; khaṇḍāni — sinais; liṅgam — o símbolo; khaṇḍam — a palavra khaṇḍa; iha — aqui; ucyate — declara-se.
Todas as diferentes formas que Indra assumiu como mendicante devido a seu desejo de apoderar-se do cavalo foram símbolos de filosofias ateístas.
SIGNIFICADO—Segundo a civilização védica, sannyāsa é um dos pontos essenciais no programa da instituição varṇāśrama. Deve-se aceitar sannyāsa de acordo com o sistema paramparā dos ācāryas. No momento atual, contudo, muitos ditos sannyāsīs ou mendicantes não têm a compreensão da consciência de Deus. Indra introduziu esta espécie de sannyāsa devido à sua inveja de Mahārāja Pṛthu, e o que ele introduziu está reaparecendo na era de Kali. Praticamente nenhum dos sannyāsīs nesta era é fidedigno. Ninguém pode introduzir qualquer sistema novo no modo de vida védico; quem por malícia o fizer deverá ser considerado um pāṣaṇḍī, ou ateísta. No tantra vaiṣṇava, afirma-se:
yas tu nārāyaṇaṁ devaṁ
brahma-rudrādi-daivataiḥ
samatvenaiva vīkṣeta
sa pāṣaṇḍī bhaved dhruvam
Embora seja proibido, há muitos pāṣaṇḍīs que cunham termos como daridra-nārāyaṇa e svāmī-nārāyaṇa, embora nem mesmo semideuses tais como Brahmā e Śiva possam ser equiparados a Nārāyaṇa.