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VERSO 16

varaṁ ca mat kañcana mānavendra
vṛṇīṣva te ’haṁ guṇa-śīla-yantritaḥ
nāhaṁ makhair vai sulabhas tapobhir
yogena vā yat sama-citta-vartī

varam — bênção; ca — também; mat — de Mim; kañcana — tudo o que desejares; mānava-indra — ó principal dos seres humanos; vṛṇīṣva — por favor, pede; te — teu; aham — Eu; guṇa-śila — por quali­dades elevadas e excelente comportamento; yantritaḥ — estando cativado; na — não; aham — Eu; makhaiḥ — através de sacrifícios; vai — decerto; su-labhaḥ — facilmente obtido; tapobhiḥ — mediante austeridades; yogena — mediante a prática do yoga místico; — ou; yat — motivo pelo qual; sama-citta — em alguém que é equânime; vartī — estando situado.

Meu querido rei, sinto-Me muito cativado por tuas elevadas quali­dades e excelente comportamento, de modo que estou muito favora­velmente disposto para contigo. Portanto, podes pedir-Me qualquer bênção que desejares. Não é possível a alguém que não possui qualidades e comportamento elevado alcançar Meu favor mera­mente através da realização de sacrifícios, de austeridades rigorosas ou do yoga místico. Mas Eu sempre permaneço equânime no coração daquele que também é equânime em todas as circunstâncias.

SIGNIFICADO—O Senhor Viṣṇu estava muito satisfeito com o bom caráter e comportamento de Mahārāja Pṛthu e ofereceu-lhe uma bênção. O Senhor disse abertamente que realizar grandes sacrifícios ou submeter-se às austeridades da prática do yoga místico não podem satisfazê-lO. Somente o caráter e o comportamento elevado de alguém podem satisfazê-lO. Porém, essas coisas não podem desenvolver­-se a menos que alguém se torne um devoto puro do Senhor. Qualquer pessoa que tenha desenvolvido o serviço devocional puro e inquebrantável ao Senhor desenvolve suas boas qualidades originais como alma espiritual. A alma espiritual, como parte integrante da Suprema Personalidade de Deus, tem todas as boas qualidades do Senhor. Quando a alma espiritual é contaminada pelos modos materiais da natureza, ela é considerada boa ou má com referência às qualidades materiais. Contudo, quando alguém transcende todas essas qualidades materiais, todas as boas qualidades aparecem. A seguir, apresentamos uma relação dessas qualidades de um devoto, que somam vinte e seis: (1) bondoso com todos, (2) não se desentende com ninguém, (3) fixo na Verdade Absoluta, (4) igual para com todos, (5) impecável, (6) caridoso, (7) meigo, (8) limpo, (9) simples, (10) benévolo, (11) pacífico, (12) inteiramente apegado a Kṛṣṇa, (13) sem anseios mate­riais, (14) manso, (15) estável, (16) autocontrolado, (17) não come mais que o necessário, (18) sóbrio, (19) respeitoso, (20) humilde, (21) grave, (22) compassivo, (23) amistoso, (24) poético, (25) hábil, (26) silencioso. O Senhor fica satisfeito com o desenvolvimento das qualidades transcendentais da entidade viva, e não com a realização artificial de sacrifícios e yoga místico. Em outras palavras, a menos que alguém se qualifique plenamente para se tornar um devoto puro do Senhor, não pode esperar libertar-se do cativeiro material.

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