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VERSO 8

tena kramānusiddhena
dhvasta-karma-malāśayaḥ
prāṇāyāmaiḥ sanniruddha-
ṣaḍ-vargaś chinna-bandhanaḥ

tena — praticando assim essas austeridades; krama — aos poucos; anu — constantemente; siddhena — com perfeição; dhvasta — esma­gou; karma — atividades fruitivas; mala — sujeiras; āśayaḥ — desejo; prāṇa-āyāmaiḥ — mediante a prática de prāṇāyāma-yoga, exercícios respiratórios; san — sendo; niruddha — impedidos; ṣaṭ-vargaḥ — a mente e os sentidos; chinna-bandhanaḥ — isolado por completo de todo o cativeiro.

Praticando assim rigorosas austeridades, aos poucos Mahārāja Pṛthu se tornou inabalável na vida espiritual e inteiramente livre de todos os desejos de atividades fruitivas. Praticou, também, exercí­cios respiratórios para controlar a mente e os sentidos e, através desse controle, libertou-se por completo de todos os desejos de ativi­dades fruitivas.

SIGNIFICADO—A palavra prāṇāyāmaiḥ é muito importante neste verso porque os haṭha-yogīs e os aṣṭāṅga-yogīs praticam prāṇāyāma, mas, de um modo geral, não lhe conhecem o propósito. O propósito do prāṇ­āyāma, ou yoga místico, é impedir a mente e os sentidos de se ocuparem em atividades fruitivas. Os ditos yogīs praticantes nos países ocidentais não fazem ideia disso. O objetivo do prāṇāyāma é adorar a Kṛṣṇa, e não fortalecer o corpo e prepará-lo para o tra­balho árduo. No verso anterior, mencionou-se especificamente que todas as práticas de austeridade, prāṇāyāma e yoga místico realiza­das por Pṛthu Mahārāja tinham como objetivo a adoração a Kṛṣṇa. Assim, Pṛthu Mahārāja serve como perfeito exemplo também para os yogīs. Tudo o que ele fez, foi feito para satisfazer a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa.

A mente dos viciados em atividades fruitivas está sempre cheia de desejos impuros. Atividades fruitivas são sintomáticas de nosso desejo poluído de dominar a natureza material. Enquanto continuarmos sujeitos a desejos poluídos, seremos obrigados a aceitar corpos materiais, um após o outro. Sem ter noção do verdadeiro objetivo do yoga, os ditos yogīs praticam-no para manter a forma física. Assim, eles se ocupam em atividades fruitivas, o que os leva a desejar aceitar outro corpo. Eles não têm noção de que a meta última da vida é se aproximar de Kṛṣṇa. A fim de poupar semelhantes yogīs de divagarem pelas diferentes espécies de vida, os śāstras advertem que, nesta era, essa prática de yoga é mera perda de tempo. O único meio de elevação é o cantar do mahā-mantra Hare Kṛṣṇa.

s atividades do rei Pṛthu ocorreram em Satya-yuga, mas, nesta nossa era, tal prática de yoga é compreendida de forma equivocada por almas caídas e sem capacidade de praticar nada. Consequentemente, os śāstra prescrevem: kalau nāsty eva nāsty eva nāsty eva gatir anyathā. A conclusão é que, se os karmīs, os jñānīs e os yogīs não atingirem a plataforma do serviço devocional ao Senhor Kṛṣṇa, suas ditas austeridades e yoga não terão valor. Nārādhitaḥ: se Hari, a Suprema Personalidade de Deus, não é adorado, não há por que praticar yoga meditativa, executar karma-yoga ou cultivar conhecimento empírico. Quanto a prāṇāyāma, o cantar do santo nome do Senhor e o dançar em êxtase também são considerados prāṇāyāma. No verso anterior, Sanat-kumāra exortou Mahārāja Pṛthu a se ocupar constantemente a serviço do Senhor Supremo, Vāsudeva:

yat pāda-paṅkaja-palāśa-vilāsa-bhaktyā
karmāśayaṁ grathitam udgrathayanti santaḥ

Só quem adora Vāsudeva pode libertar-se dos desejos de atividades fruitivas. Se não adorarem Vāsudeva, os yogīs e os jñānīs não pode­rão libertar-se de tais desejos.

tadvan na rikta-matayo yatayo ’pi ruddha-
sroto-gaṇās tam araṇaṁ bhaja vāsudeva

(Śrīmad-Bhāgavatam 4.22.39)

Nesta passagem, a palavra prāṇāyāma não se refere a nenhuma motivação ulterior. A verdadeira meta é fortalecer a mente e os sen­tidos para ocupá-los em serviço devocional. Na era atual, é muito fácil adquirir essa determinação simplesmente cantando os santos nomes: Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare/ Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare.

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