No edit permissions for Português

VERSO 9

sanat-kumāro bhagavān
yad āhādhyātmikaṁ param
yogaṁ tenaiva puruṣam
abhajat puruṣarṣabhaḥ

sanat-kumāraḥ — Sanat-kumāra; bhagavān — poderosíssimo; yat — aquele que; āha — disse; ādhyātmikam — avanço espiritual na vida; param — último; yogam — misticismo; tena — com este; eva — decer­to; puruṣam — a Pessoa Suprema; abhajat — adorou; puruṣa-ṛṣa­bhaḥ — o melhor dos seres humanos.

Assim, Mahārāja Pṛthu, o melhor entre os seres humanos, trilhou aquele caminho de avanço espiritual, conforme conselho de Sanat-kumāra. Ou seja, ele adorou a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa.

SIGNIFICADO—Este verso diz claramente que Mahārāja Pṛthu, praticando o sis­tema de prāṇāyāma-yoga, ocupou-se a serviço da Suprema Perso­nalidade de Deus, conforme conselho do santo Sanat-kumāra. Neste verso, as palavras puruṣam abhajat puruṣarṣabhaḥ são signi­ficativas: puruṣarṣabha refere-se a Mahārāja Pṛthu, o melhor entre os seres humanos, e puruam refere-se à Suprema Personalidade de Deus. A conclusão é que o melhor entre todos os homens se ocupa a serviço da Pessoa Suprema. Um é o puruṣa adorável, e o outro é o puruṣa adorador. Quando o puruṣa adorador, a entidade viva, cogita tornar-se uno com a Pessoa Suprema, só faz confundir-se e cai na escuridão da ignorância. Como afirma o Senhor Kṛṣṇa na Bhagavad-gītā (2.12), todas as entidades vivas reunidas no campo de batalha, bem como o próprio Kṛṣṇa, também estiveram pre­sentes no passado como indivíduos e continuariam a estar presentes no futuro como indivíduos. Logo, os dois puruṣas, a entidade viva e a Suprema Personalidade de Deus, jamais podem perder suas respectivas identidades.

Na verdade, quem é autorrealizado ocupa-se a serviço do Senhor perpetuamente, tanto nesta vida quanto na próxima. De fato, para os devotos, não há diferença entre esta vida e a seguinte. Nesta vida, o devoto neófito é treinado a servir à Suprema Personalidade de Deus, e, na vida seguinte, ele se aproxima dessa Pessoa Suprema em Vaikuṇṭha e presta-Lhe o mesmo serviço devocional. Mesmo para o devoto neófito, o serviço devocional é considerado brahma­-bhūyāya kalpate. O serviço devocional ao Senhor jamais é considerado uma atividade material. Por atuar na plataforma de brahma-bhūta, o devoto já está liberado. Portanto, ele não precisa praticar qualquer outra espécie de yoga para se aproximar da fase de brahma-bhūta. Se o devoto se mantém estritamente fiel às ordens do mestre espiritual, segue as regras e regulações e canta o mantra Hare Kṛṣṇa, deve-se concluir que ele já está na fase de brahma-bhūta, como se confirma na Bhagavad-gītā (14.26):

māṁ ca yo ’vyabhicāreṇa
bhakti-yogena sevate
sa guṇān samatītyaitān
brahma-bhūyāya kalpate

“Aquele que se ocupa em pleno serviço devocional, sem cair em nenhuma circunstância, transcende de imediato os modos da natu­reza material e, assim, atinge o nível de Brahman.”

« Previous Next »