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VERSO 17

kṣīyamāṇe sva-sambandhe
ekasmin bahubhir yudhā
cintāṁ parāṁ jagāmārtaḥ
sa-rāṣṭra-pura-bāndhavaḥ

kṣīyamāṇe — quando ela ficou fraca; sva-sambandhe — sua amiga íntima; ekasmin — sozinha; bahubhiḥ — contra muitos guerreiros; yudhā — pela batalha; cintām — ansiedade; parām — muito grande; jagāma — obtiveram; ārtaḥ — estando aflito; sa — juntamente com; rāṣṭra — do reino; pura — da cidade; bāndhavaḥ — amigos e parentes.

Como tinha que lutar sozinha contra tantos soldados, todos eles grandes guerreiros, a serpente de cinco cabeças ficou muito fraca. Vendo que sua amiga mais íntima estava se enfraquecendo, o rei Purañjana e seus amigos e cidadãos que viviam na cidade ficaram todos muito ansiosos.

SIGNIFICADO—A entidade viva reside dentro do corpo e luta pela vida com os membros do corpo, os quais, neste verso, são chamados de cidadãos e amigos. É possível lutar sozinho contra muitos soldados por algum tempo, mas não por todo o tempo. A entidade viva dentro do corpo pode lutar até o limite de cem anos se tiver sorte, mas, depois disso, não lhe é possível prolongar a luta. Assim, a entidade viva sucumbe e é vitimada. A esse respeito, Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura canta: vṛddha kāla āola saba sukha bhāgala. Quando alguém envelhece, o gozo de felicidades materiais se torna impossível. De um modo geral, as pessoas pensam que religião e piedade vêm no final da vida, ocasião em que, geralmente, elas se tornam meditativas e ado­tam algum dito processo de yoga para relaxarem, sob o pretexto de fazer meditação. A meditação, contudo, é mera farsa para aqueles que gozam da vida satisfazendo os sentidos. Como se descreve no sexto capítulo da Bhagavad-gītā, meditação (dhyāna, dhāraṇā) é um processo tão difícil que é preciso aprendê­-lo desde a juventude. Para meditar, é preciso abster-se de toda espécie de gozo dos sentidos. Infelizmente, hoje em dia, a meditação tornou-se moda para aqueles que são excessivamente viciados em coisas sensuais. Semelhante classe de meditação é derrotada na luta pela vida. Às vezes, tais processos de meditação passam por proces­sos de meditação transcendental. O rei Purañjana, a entidade viva, sendo assim vitimado na árdua luta pela vida, adotou a meditação transcendental juntamente com seus amigos e parentes.

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