VERSO 21
kadācid aṭamānā sā
brahma-lokān mahīṁ gatam
vavre bṛhad-vrataṁ māṁ tu
jānatī kāma-mohitā
kadācit — certa vez; aṭamānā — viajando; sā — ela; brahma-lokāt — de Brahmaloka, do planeta mais elevado; mahīm — sobre a Terra; gatam — tendo vindo; vavre — ela propôs; bṛhat-vratam — um brahmacārī declarado; mām — a mim; tu — então; jānatī — sabendo; kāma-mohitā — estando iludida pela luxúria.
Certa vez, quando eu vinha de Brahmaloka, o sistema planetário mais elevado, a esta Terra, a filha do Tempo, vagando pelo universo, encontrou-se comigo. Sabendo que eu era um brahmacārī declarado, ela ficou luxuriosa e propôs que eu a aceitasse.
SIGNIFICADO—O grande sábio Nārada Muni era um naiṣṭhika-brahmacārī – isto é, ele nunca tivera vida sexual. Consequentemente, ele mantinha sempre o frescor da juventude. A velhice, jarā, não podia atacá-lo. A invalidez da velhice pode dominar um homem comum, mas Nārada Muni era diferente. Julgando Nārada Muni um homem comum, a filha do Tempo o confrontou com seu desejo luxurioso. É necessário muito empenho para resistir à atração de uma mulher. Se até para os idosos é algo difícil, o que dizer, então, para os jovens? Aqueles que vivem como brahmacārīs devem seguir os passos do grande sábio Nārada Muni, que jamais aceitou as propostas de Jarā. Aqueles que são muitíssimo apegados sexualmente se tornam vítimas de jarā e, em pouco tempo, encurtam-se os dias de sua vida. Sem utilizar a forma humana de vida para a consciência de Kṛṣṇa, as vítimas de jarā morrem precocemente neste mundo.