VERSO 25
dvāv imāv anuśocanti
bālāv asad-avagrahau
yal loka-śāstropanataṁ
na rāti na tad icchati
dvau — duas classes; imau — estas; anuśocanti — lamentam; bālau — ignorantes; asat — os tolos; avagrahau — trilhando o caminho de; yat — aquilo que; loka — por costume; śāstra — pelas escrituras; upanatam — apresentado; na — nunca; rāti — segue; na — nem; tat — isto; icchati — deseja.
Aquele que não faz caridade de acordo com os costumes ou preceitos das escrituras e aquele que não aceita caridade dessa maneira são considerados como estando no modo da ignorância. Pessoas assim trilham o caminho dos tolos. Não há dúvidas de que se lamentarão ao final.
SIGNIFICADO—Afirma-se aqui como todos devem seguir estritamente as escrituras caso realmente desejem uma vida auspiciosa. Explica-se o mesmo na Bhagavad-gītā (16.23):
yaḥ śāstra-vidhim utsṛjya
vartate kāma-kārataḥ
na sa siddhim avāpnoti
na sukhaṁ na parāṁ gatim
“Aquele que põe de lado os preceitos das escrituras e age conforme os próprios caprichos não alcança a perfeição, a felicidade, nem o destino supremo.” Alguém que não segue estritamente os termos dos preceitos védicos jamais obtém sucesso na vida nem felicidade. O que dizer, então, de voltar ao lar, voltar ao Supremo?
Uma injunção do śāstra prescreve que o chefe de família ou kṣatriya ou líder administrativo não deve recusar-se a aceitar uma mulher caso ela voluntariamente peça para ser sua esposa. Uma vez que Kālakanyā, a filha do Tempo, foi orientada por Nārada Muni a se oferecer ao Yavana-rāja, o rei dos Yavanas não podia recusá-la. Todas as atividades devem ser realizadas à luz dos preceitos śāstricos. Os preceitos śāstricos são confirmados por grandes sábios, como Nārada Muni. Como afirma Narottama Dāsa Ṭhākura: sādhu-śāstra-guru-vākya, cittete kariyā aikya. Todos devem seguir os princípios das pessoas santas, das escrituras e do mestre espiritual. Dessa maneira, com certeza obterão sucesso na vida. Kālakanyā, a filha do Tempo, apresentou-se diante do rei dos Yavanas precisamente em termos de sādhu, śāstra e guru. Assim, não havia motivo para ele não a aceitar.