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VERSO 30

prajvāro ’yaṁ mama bhrātā
tvaṁ ca me bhaginī bhava
carāmy ubhābhyāṁ loke ’sminn
avyakto bhīma-sainikaḥ

prajvāraḥ — chamado Prajvāra; ayam — este; mama — meu; bhrā­tā irmão; tvam tu; ca também; me minha; bhaginī — irmã; bhava — passas a ser; carāmi — irei de uma parte a outra; ubhābhyām — por ambos; loke — no mundo; asmin — isto; avyaktaḥ sem se manifestarem; bhīma — perigosos; sainikaḥ — com soldados.

O rei dos Yavanas prosseguiu: Aqui está meu irmão Prajvāra. Aceito-te, agora, como minha irmã. Eu vos empregarei, bem como meus perigosos soldados, para agirdes imperceptivelmente den­tro deste mundo.

SIGNIFICADO—Nārada Muni enviou Kālakanyā à presença de Yavana-rāja para que ela pudesse tornar-se sua esposa, mas, ao invés de aceitá-la como sua esposa, Yavana-rāja aceitou-a como sua irmã. Aqueles que não seguem os princípios védicos não se submetem a restrições no que diz respeito à vida sexual. Algumas vezes, portanto, eles não hesi­tam em fazer sexo com suas irmãs. Nesta era de Kali, há muitos exemplos desses incestos. Embora Yavana-rāja tivesse aceitado o pedido de Nārada Muni para demonstrar-lhe respeito, ele pensava em sexo ilícito. Isso porque ele era o rei dos yavanas e mlecchas.

A palavra prajvāraḥ é muito significativa, pois significa “a febre enviada pelo Senhor Viṣṇu” (uma febre de quarenta e dois graus, temperatura na qual um homem morre). Assim, o rei dos mlecchas e yavanas pediu à filha do Tempo, Kālakanyā, que se tornasse sua irmã. Não havia necessidade de pedir-lhe que se tornasse sua esposa, pois os yavanas e mlecchas não fazem distinções quanto à vida sexual. Assim, uma pessoa pode externamente ser irmã, mãe ou filha e, ainda assim, fazer sexo. O irmão de Yavana-rāja era Prajvāra, e Kālakanyā era a própria invalidez. Combinados e for­talecidos pelos soldados de Yavana-rāja – a saber, condições não higiênicas, sexo ilícito e, enfim, um alto grau de temperatura que ocasiona a morte –, eles seriam capazes de estraçalhar o modo de vida materialista. A esse respeito, é significativo que Nārada fosse imune ao ataque de jarā, ou seja, a invalidez. De modo semelhante, jarā, ou a força destrutiva, não pode atacar nenhum seguidor de Nārada Muni, isto é, nenhum vaiṣṇava puro.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do quarto canto, vigésimo sétimo capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitu­lado “Caṇḍavega Ataca a Cidade do Rei Purañjana; o Caráter de Kālakanyā”.

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