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VERSO 7

duhitṝr daśottara-śataṁ
pitṛ-mātṛ-yaśaskarīḥ
śīlaudārya-guṇopetāḥ
paurañjanyaḥ prajā-pate

duhitṝḥ — filhas; daśa-uttara — mais dez do que; śatam — cem; pitṛ — como o pai; mātṛ — e a mãe; yaśaskarīḥ — gloriosas; śīla — bom comportamento; audārya — magnanimidade; guṇa — boas qualidades; upetāḥ — dotadas de; paurañjanyaḥ — filhas de Purañjana; prajā-pate — ó Prajāpati.

Ó Prajāpati, ó rei Prācīnabarhiṣat, dessa maneira, o rei Purañjana gerou, também, cento e dez filhas. Todas elas, como o pai e a mãe, eram igualmente gloriosas. Tinham comportamento gentil, magnanimidade e outras boas qualidades.

SIGNIFICADO—Filhos gerados sob as regras e regulações das escrituras geralmente se tornam tão bons quanto o pai e a mãe, mas filhos que nascem ilegitimamente, de maneira geral, tornam-se varṇa-saṅkara. A população varṇa-saṅkara é irresponsável para com a família, para com a comunidade e até mesmo para com ela própria. Outro­ra, impedia-se a população varṇa-saṅkara, observando-se o méto­do reformatório chamado garbhādhāna-saṁskāra, uma cerimônia religiosa para se gerar filhos. Neste verso, observamos que, embora o rei Purañjana tivesse gerado tantos filhos, eles não eram varṇa­-saṅkara. Todos eram filhos bons e se comportavam bem, e tinham ótimas qualidades, como o pai e a mãe.

Muito embora possamos gerar muitos bons filhos, nosso desejo sexual além do que é prescrito nas normas é considerado pecami­noso. Demasiado gozo de qualquer um dos sentidos (não apenas do sexo) resulta em atividades pecaminosas. Portanto, é preciso tornar-­se svāmī ou gosvāmī no final da vida. Podem-se gerar filhos até os cinquenta anos de idade, mas, depois dos cinquenta, deve-se parar de gerar filhos e aceitar a ordem de vānaprastha. Dessa maneira, deve-se deixar o lar para, mais adiante, aceitar sannyāsa. O título de um sannyāsī é svāmī ou gosvāmī, significando que ele se abstém inteiramente do gozo dos sentidos. Ninguém deve aceitar a ordem de sannyāsa caprichosamente; é preciso que a pessoa esteja plenamente confiante de que poderá restringir seus desejos de gozo dos sentidos. A vida familiar do rei Purañjana era, evidentemente, muito feliz. Como se menciona nestes versos, ele gerou 1.100 filhos e 110 filhas. Todos desejam ter mais filhos do que filhas, e, como o número de filhas era menor do que o número de filhos, parece que a vida familiar de Purañjana era muito tranquila e agradável.

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