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VERSO 70

nāhaṁ mameti bhāvo ’yaṁ
puruṣe vyavadhīyate
yāvad buddhi-mano-’kṣārtha-
guṇa-vyūho hy anādimān

na — não; aham — eu; mama — meu; iti — assim; bhāvaḥ — consciência; ayam — isto; puruṣe — na entidade viva; vyavadhīyate — esti­ver separado; yāvat — enquanto, buddhi — inteligência; manaḥ — mente, akṣa — sentidos; artha — objetos dos sentidos; guṇa — das qualidades materiais; vyūhaḥ — uma manifestação; hi — decerto; anādi-mān — o corpo sutil (existindo desde tempos imemoriais).

Enquanto existir o corpo material sutil, composto de inteligência, mente, sentidos, objetos dos sentidos e as reações das qualidades materiais, também existirá a consciência de falsa identificação e seu objetivo relativo, o corpo grosseiro.

SIGNIFICADO—Os desejos no corpo sutil, composto de mente, inteligência e ego, não podem ser satisfeitos sem um corpo grosseiro, composto dos elementos materiais: terra, água, ar, fogo e éter. Quando o corpo material grosseiro está imanifesto, a entidade viva não pode real­mente atuar nos modos da natureza material. Neste verso, explica­-se claramente que as atividades sutis da mente e da inteligência continuam devido aos sofrimentos e prazeres do corpo sutil da enti­dade viva. A consciência de identificação material (tal como “eu” e “meu”) ainda continua porque essa consciência existe desde tempos imemoriais. Contudo, quando a alma espiritual se transfere ao mundo espiritual em virtude de ter compreendido a consciência de Kṛṣṇa, as ações e reações dos corpos grosseiro e sutil não a incomodam mais.

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