VERSO 12
kiṁ vā yogena sāṅkhyena
nyāsa-svādhyāyayor api
kiṁ vā śreyobhir anyaiś ca
na yatrātma-prado hariḥ
kim — de que adianta; vā — ou; yogena — pela prática de yoga místico; sāṅkhyena — pelo estudo da filosofia sāṅkhya; nyāsa — aceitando sannyāsa; svādhyāyayoḥ — e pelo estudo da literatura védica; api — mesmo; kim — de que adianta; vā — ou; śreyobhiḥ — mediante atividades auspiciosas; anyaiḥ — outras; ca — e; na — nunca; yatra — onde; ātma-pradaḥ — plena satisfação do eu; hariḥ — a Suprema Personalidade de Deus.
Práticas transcendentais que, em última análise, não nos ajudem a compreender a Suprema Personalidade de Deus são inúteis, quer sejam práticas de yoga místico, quer estudo analítico da matéria, quer rigorosas austeridades, quer aceitação de sannyāsa, quer estudo da literatura védica. Todos esses aspectos podem ser muito importantes no avanço espiritual, mas, a menos que compreendamos a Suprema Personalidade de Deus, Hari, todos esses processos são inúteis.
SIGNIFICADO—O Caitanya-caritāmṛta (Madhya 24.109) diz o seguinte:
bhakti vinā kevala jñāne ‘mukti’ nāhi haya
bhakti sādhana kare yei ‘prāpta-brahma-laya’
Os impersonalistas não adotam o serviço devocional, mas adotam outras práticas, tais como o estudo analítico dos elementos materiais, a discriminação entre matéria e espírito e o sistema de yoga místico. Essas práticas são benéficas somente na medida em que forem complementares ao serviço devocional. Caitanya Mahāprabhu, portanto, disse a Sanātana Gosvāmī que, sem um toque de serviço devocional, jñāna, yoga e a filosofia sāṅkhya não podem outorgar os resultados desejados. Os impersonalistas desejam fundir-se no Brahman Supremo; contudo, para fundirem-se no Brahman Supremo, é preciso haver, também, um toque de serviço devocional. A Verdade Absoluta é percebida em três fases – Brahman impessoal, Paramātmā e a Suprema Personalidade de Deus. Em todas essas fases, é preciso haver um toque de serviço devocional. Algumas vezes, inclusive, vê-se que os māyāvādīs também cantam o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, embora a motivação deles seja fundir-se na refulgência Brahman do Absoluto. Os yogīs, também, certas vezes, adotam o cantar do mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, mas a intenção deles é diferente daquela dos bhaktas. Em todos os processos – karma, jñāna ou yoga – é necessário haver bhakti. Esse é o significado desse verso.