VERSO 43
snātvānusavanaṁ tasmin
kālindyāḥ salile śive
kṛtvocitāni nivasann
ātmanaḥ kalpitāsanaḥ
snātvā — após tomar banho; anusavanam — três vezes; tasmin — neste; kālindyāḥ — no rio Kālindī (o Yamunā); salile — na água; śive — que é muito auspiciosa; kṛtvā — executando; ucitāni — adequado; nivasan — sentado; ātmanaḥ — do eu; kalpita-āsanaḥ — tendo preparado um assento.
Nārada Muni instruiu: Meu querido menino, nas águas do rio Yamunā, que é conhecido como Kālindī, deves tomar três banhos diariamente, pois essa água é muito auspiciosa, sagrada e limpa. Após banhar-te, deves executar os princípios reguladores necessários para o aṣṭāṅga-yoga e, então, sentar-te em teu āsana [assento] em uma posição calma e silenciosa.
SIGNIFICADO—Esta afirmação parece indicar que Dhruva Mahārāja já fora instruído sobre como praticar o sistema óctuplo de yoga, conhecido como aṣṭāṅga-yoga. Explica-se esse sistema no Bhagavad-gītā Como Ele É, no capítulo intitulado “Dhyāna-yoga”. Compreende-se que, no aṣṭāṅga-yoga, pratica-se a estabilidade da mente e, então, a concentração na forma do Senhor Viṣṇu, como se descreverá nos versos seguintes. Aqui se afirma claramente que o aṣṭāṅga-yoga não é um exercício de ginástica corporal, mas uma prática para concentrar a mente na forma de Viṣṇu. Antes de sentar-se em seu āsana, que também se descreve na Bhagavad-gītā, a pessoa precisa banhar-se bem em água limpa ou sagrada três vezes por dia. A água do Yamunā é naturalmente muito limpa e pura, e assim, se alguém nela se banhar três vezes, ficará sem dúvida muito bem purificado externamente. Nārada Muni, portanto, instruiu Dhruva Mahārāja que fosse até a margem do Yamunā e, dessa maneira, ele se purificasse externamente. Isso é parte do processo gradual da prática do yoga místico.