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VERSO 24

atha ca duhitaraṁ prajāpater viśvakarmaṇa upayeme barhiṣmatīṁ nāma tasyām u ha vāva ātmajān ātma-samāna-śīla-guṇa-karma-rūpa-vīryodārān daśa bhāvayām babhūva kanyāṁ ca yavīyasīm ūrjasvatīṁ nāma.

atha — depois disso; ca — também; duhitaram — a filha; prajā­pateḥ — de um dos prajāpatis incumbidos de aumentar a população; viśvakarmaṇaḥ — chamado Viśvakarmā; upayeme — desposou; barhiṣmatīm — Barhiṣmatī; nāma — chamada; tasyām — com ela; u ha — conforme celebram; vāva — maravilhoso; ātma-jān — filhos; ātma-­samāna — exatamente iguais a ele; śīla — caráter; guṇa — qualidade; karma — atividades; rūpa — beleza; vīrya — poder; udārān — cuja magnanimidade; daśa — dez; bhāvayām babhūva — ele gerou; kanyām — filha; ca — também; yavīyasīm — a caçula; ūrjasvatīm — Ūrjasvatī; nāma — chamada.

Depois disso, Mahārāja Priyavrata se casou com Barhiṣmatī, a filha do prajāpati chamado Viśvakarmā. Com ela, ele teve dez filhos iguais a ele em beleza, caráter, magnanimidade e outras boas quali­dades. Ele também gerou uma filha, a caçula, chamada Ūrjasvatī.

SIGNIFICADO—Mahārāja Priyavrata não somente cumpriu a ordem do senhor Brahmā, aceitando os deveres do governo, como também se casou com Barhiṣmatī, a filha de Viśvakarmā, um dos prajāpatis. Como Mahārāja Priyavrata era bem treinado em conhecimento transcendental, ele poderia ter voltado ao lar para gerir os negócios do governo como um brahmacārī. Ao contrário, entretanto, quando regressou à vida doméstica, ele aceitou uma esposa. É princípio consagrado que, tornando-se alguém um gṛhastha, deve viver perfeitamente nessa ordem, o que significa que ele deve conviver em harmonia com a esposa e os filhos. Quando a primeira esposa de Caitanya Mahāprabhu morreu, Sua mãe Lhe pediu que Se casasse novamente. Ele tinha vinte anos e iria tomar sannyāsa aos vinte e quatro anos de idade, mas, mesmo assim, a pedido de Sua mãe, Ele Se casou. “Enquanto estiver na vida familiar”, disse Ele a Sua mãe, “terei uma esposa, pois vida familiar não significa apenas morar em uma casa. Verdadeira vida familiar significa viver no lar na companhia da esposa.”

Três palavras deste verso são muito significativas – u ha vāva. Essas palavras são usadas para expressar admiração. Priyavrata Mahārāja havia feito um voto de renúncia, e aceitar esposa e gerar filhos nada têm a ver com o caminho da renúncia; tratam-se de atividades próprias do caminho do desfrute. Causou grande espanto, por­tanto, o fato de Priyavrata Mahārāja, que seguia o caminho da renúncia, ter agora aderido o caminho do desfrute.

Às vezes, somos criticados porque, apesar de eu ser um sannyāsī, celebro as cerimônias de casamento de meus discípulos. Deve-se explicar, contudo, que, como começamos uma sociedade consciente de Kṛṣṇa e como a sociedade humana também precisa de matrimô­nios ideais, a fim de estabelecer corretamente uma sociedade ideal, temos que celebrar o matrimônio de alguns de seus membros, embora tenhamos aceitado o caminho da renúncia. Isso pode ser espantoso para pessoas que não estão muito interessadas em estabelecer daiva-varṇāśrama, o sistema transcendental de quatro ordens sociais e quatro ordens espirituais. Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura, entretanto, queria restabelecer daiva-varṇāśrama. Em daiva-varṇāśrama, não pode haver reconhecimento do status social de acordo com o direito hereditário, pois, na Bhagavad-gītā, afirma-se que as considerações determinantes são guṇa e karma, as qualidades e o trabalho de cada um. É esse daiva-varṇāśrama que deve ser estabe­lecido em todo o mundo para recomeçar uma perfeita sociedade consciente de Kṛṣṇa. Isso pode parecer espantoso para os críticos tolos, mas é uma das funções de uma sociedade consciente de Kṛṣṇa.

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