VERSO 4
yāvan mano rajasā pūruṣasya
sattvena vā tamasā vānuruddham
cetobhir ākūtibhir ātanoti
niraṅkuśaṁ kuśalaṁ cetaraṁ vā
yāvat — enquanto; manaḥ — a mente; rajasā — pelo modo da paixão; pūruṣasya — da entidade viva; sattvena — pelo modo da bondade; vā — ou; tamasā — pelo modo da escuridão; vā — ou; anuruddham — controlada; cetobhiḥ — pelos sentidos com os quais se adquire conhecimento; ākūtibhiḥ — pelos sentidos de ação; ātanoti — expande-se; niraṅkuśam — independente como um elefante não controlado por um tridente; kuśalam — auspiciosidade; ca — também; itaram — que não são auspiciosas, atividades pecaminosas; vā — ou.
Enquanto estiver contaminada pelos três modos da natureza material (bondade, paixão e ignorância), a mente da entidade viva será tal qual um elefante solto e descontrolado. Através do uso dos sentidos, ela simplesmente expandirá sua jurisdição de atividades piedosas ou impiedosas. O resultado é que a entidade viva permanecerá no mundo material para desfrutar ou sofrer prazeres ou dores decorrentes de atividades materiais.
SIGNIFICADO—No Caitanya-caritāmṛta, afirma-se que as atividades materiais piedosas ou ímpias vão de encontro ao princípio do serviço devocional. Serviço devocional significa mukti, estar livre do enredamento material, mas as atividades piedosas ou ímpias redundam no emaranhamento dentro deste mundo material. Quem deixa a sua mente cativar-se por atividades piedosas ou ímpias mencionadas nos Vedas permanece em eterna escuridão, não podendo, então, alcançar a plataforma absoluta. Transferir a consciência da ignorância para a paixão ou da paixão para a bondade não soluciona o verdadeiro problema. Como afirma a Bhagavad-gītā (14.26), sa guṇān samatītyaitān brahma-bhūyāya kalpate. Devemos estabelecer-nos na plataforma transcendental, ou jamais cumpriremos a missão da vida.