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VERSO 15

sā māṁ smṛtir mṛga-dehe ’pi vīra
kṛṣṇārcana-prabhavā no jahāti
atho ahaṁ jana-saṅgād asaṅgo
viśaṅkamāno ’vivṛtaś carāmi

 — isto; mām — a mim; smṛtiḥ — lembrança das atividades de minha vida anterior; mṛga-dehe — em um corpo de veado; api — embora; vīra — ó grande herói; kṛṣṇa-arcana-prabhavā — que apareceu devido à influência do serviço sincero a Kṛṣṇa; no jahāti — não sumiu; atho — portanto; aham — eu; jana-saṅgāt — da associação com homens ordinários; asaṅgaḥ — inteiramente desapegado; viśaṅkamānaḥ — tendo medo; avivṛtaḥ — sem ser observado pelos outros; carāmi — vou a diferentes lugares.

Meu querido e heroico rei, devido ao sincero serviço que prestei ao Senhor no passado, pude lembrar-me de tudo da minha vida pretérita, mesmo enquanto estava em um corpo de veado. Porque tenho conhecimento da queda que sofri em minha vida passada, sempre me afasto da companhia de homens ordinários. Com medo da má associação materialista, perambulo sozinho, sem chamar a atenção de ninguém.

SIGNIFICADO—A Bhagavad-gītā (2.40) diz que svalpam apy asya dharmasya. Decerto é uma grande queda partir da vida humana rumo à vida animal, mas, no caso de Bharata Mahārāja ou de qualquer devoto, o serviço devocional ao Senhor nunca é em vão. Como afirma a Bhagavad-gītā (8.6), yaṁ yaṁ vāpi smaran bhāvaṁ tyajaty ante kalevaram. Pela lei da natureza, a mente se absorve em um determinado pensamento na hora da morte. Mesmo que isso resulte em obter uma vida animal, não há perda para o devoto. Muito embora tivesse recebido um corpo de veado, Bharata Mahārāja não se esqueceu de sua posição. Em consequência disso, no corpo de veado, ele tinha o grande cuidado de lembrar-se da causa de sua queda. Como resultado, recebeu a oportunidade de nascer em uma família de brāhmaṇas muito puros. Assim, seu serviço ao Senhor não foi em vão.

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