VERSO 20
sa eva punar nidrājagara-gṛhīto ’ndhe tamasi magnaḥ śūnyāraṇya iva śete nānyat-kiñcana veda śava ivāpaviddhaḥ.
saḥ — essa alma condicionada; eva — com certeza; punaḥ — novamente; nidrā-ajagara — pelo píton do sono profundo; gṛhītaḥ — sendo devorada; andhe — em completa escuridão; tamasi — na ignorância; magnaḥ — estando absorta; śūnya-araṇye — na floresta deserta; iva — como; śete — ela jaz; na — não; anyat — mais; kiñcana — nada; veda — sabe; śavaḥ — em um corpo morto; iva — como; apaviddhaḥ — atirado.
Śukadeva Gosvāmī continuou a falar com Mahārāja Parīkṣit: Meu querido rei, o sono é exatamente como um píton. Aqueles que vagam pela floresta da vida material acabam sendo devorados pelo píton do sono. Picados por esse animal, eles sempre permanecem na escuridão da ignorância. Eles são como corpos mortos atirados em uma floresta longínqua. Assim, as almas condicionadas não conseguem compreender os acontecimentos da vida.
SIGNIFICADO—Vida material significa estar plenamente absorto em comer, dormir, acasalar-se e defender-se. Desses, o sono é um problema muito sério. Adormecida, a pessoa se esquece por completo dos afazeres e do objetivo da vida. Quem deseja compreensão espiritual deve esforçar-se para evitar o sono na medida do possível. Os Gosvāmīs de Vṛndāvana praticamente não dormiam. É claro que eles dormiam um pouco, pois o corpo precisa de sono, mas dormiam apenas cerca de duas horas e, algumas vezes, nem mesmo isso. Ocupavam-se sempre no cultivo espiritual. Nidrāhāra-vihārakādi-vijitau. Seguindo os passos dos Gosvāmīs, devemos esforçar-nos para reduzir o sono, o comer, o acasalar-se e o defender-se.