VERSO 13
kā vātma-vṛttir adanād dhavir aṅga vāti
viṣṇoḥ kalāsy animiṣonmakarau ca karṇau
udvigna-mīna-yugalaṁ dvija-paṅkti-śocir
āsanna-bhṛṅga-nikaraṁ sara in mukhaṁ te
kā — que; vā — e; ātma-vṛttiḥ — alimento para a manutenção do corpo; adanāt — pelo mascar (de bétel); haviḥ — ingredientes sacrificatórios puros; aṅga — meu querido amigo; vāti — emanam; viṣṇoḥ — do Senhor Viṣṇu; kalā — expansão do corpo; asi — és; animiṣa — sem piscar; unmakarau — dos brilhantes tubarões; ca — também; karṇau — duas orelhas; udvigna — inquietos; mīna-yugalam — possuindo dois peixes; dvija-paṅkti — das fileiras de dentes; śociḥ — beleza; āsanna — próxima; bhṛṅga-nikaram — possuindo enxames de abelhas; saraḥ it — como um lago; mukham — rosto; te — teu.
Meu querido amigo, o que comes para manter teu corpo? Por estares mascando bétel, um odor agradável emana de tua boca. Isso prova que sempre comes os restos do alimento oferecido a Viṣṇu. Na verdade, deves ser, também, uma expansão do corpo do Senhor Viṣṇu. Teu rosto é tão belo quanto um lago aprazível. Teus brincos de joias assemelham-se a dois tubarões brilhantes com olhos que, como os de Viṣṇu, não piscam, e teus próprios olhos parecem dois peixes inquietos. Portanto, dois tubarões e dois peixes inquietos nadam ao mesmo tempo no lago de teu rosto. Além deles, as alvas fileiras de teus dentes parecem grupos de belíssimos cisnes na água, e teu cabelo liso assemelha-se a enxames de abelhas, atraídas pela beleza de teu rosto.
SIGNIFICADO—Os devotos do Senhor Viṣṇu também são expansões dEle. Os devotos são chamados de vibhinnāṁśa. Geralmente se oferecem diversos ingredientes sacrificatórios ao Senhor Viṣṇu, e, como os devotos sempre comem prasāda, os restos de Seu alimento, o aroma dos ingredientes dos sacrifícios emana, não apenas de Viṣṇu, como também dos devotos que comem os restos de Seu alimento ou do alimento de Seus devotos. Āgnīdhra considerou Pūrvacitti uma expansão do Senhor Viṣṇu devido ao agradável aroma do seu corpo. Além disso, devido a seus brincos de joias, com formato de tubarões, devido ao seu cabelo liso, lembrando abelhas loucas atrás do aroma de seu corpo, e devido às fileiras brancas de seus dentes, que pareciam cisnes, Āgnīdhra comparou o rosto de Pūrvacitti a um lindo lago repleto de flores de lótus, peixes, cisnes e abelhas.