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VERSO 8

eteṣu hi bila-svargeṣu svargād apy adhika-kāma-bhogaiśvaryānanda-bhūti-vibhūtibhiḥ susamṛddha-bhavanodyānākrīḍa-vihāreṣu daitya-dānava-kādraveyā nitya-pramuditānurakta-kalatrāpatya-bandhu-suhṛd-anucarā gṛha-pataya īśvarād apy apratihata-kāmā māyā-vinodā nivasanti.

eteṣu — nesses; hi — decerto; bila-svargeṣu — conhecidos como os mundos celestiais subterrâneos; svargāt — do que os planetas celestiais; api — até mesmo; adhika — uma quantidade bem maior; kāma-bhoga — obtenção de gozo sensorial; aiśvarya-ānanda — bem-aventurança decorrente da opulência; bhūti — influência; vibhūtibhiḥ — por essas coisas e riquezas; su-samṛddha — bem acabadas; bhavana — casas; udyāna — jardins; ākrīḍa-vihāreṣu — em lugares reservados a diversas espécies de gozo dos sentidos; daitya — os demônios; dānava — fantasmas; kādraveyāḥ — serpentes; nitya — que sempre estão; pramudita — cheios de júbilo; anurakta — devido ao apego; kalatra — à esposa; apatya — filhos; bandhu — relações familiares; suhṛt — amigos; anucarāḥ — seguidores; gṛha-patayaḥ — os pais de família; īśvarāt — do que aqueles mais capazes, como os semideuses; api — mesmo; apratihata-kāmāḥ — cuja obtenção de desejos luxuriosos não é impedida; māyā — ilusória; vinodāḥ — que sentem felicidade; nivasanti — vivem.

Nesses sete sistemas planetários, que também são conhecidos como céus subterrâneos [bila-svarga], existem casas, jardins e lugares belíssimos que são um convite ao gozo sensorial e que chegam até mesmo a suplantar a opulência encontrada nos planetas superiores, pois os demônios têm um elevadíssimo padrão de prazer sensual, riqueza e influência. A maioria dos habitantes desses planetas, que são conhecidos como Daityas, Dānavas e Nāgas, vivem como pais de família. Suas esposas, seus filhos, seus amigos e a sociedade em que vivem estão completamente ocupados em felicidade material ilusória. Às vezes, o gozo sensorial dos semideuses é perturbado, mas os habitantes desses planetas levam uma vida em que desfrutam sem perturbações. Assim, vê-se que eles são muito apegados à felicidade ilusória.

SIGNIFICADO—De acordo com as afirmações de Prahlāda Mahārāja, o gozo material é māyā-sukha, um prazer ilusório. O vaiṣṇava deseja ardentemente que todas as entidades vivas se libertem desse prazer falso. Prahlāda Mahārāja diz que māyā-sukhāya bharam udvahato vimūḍhān: esses tolos (vimūḍhas) estão ocupados em felicidade material, que é temporária, certamente. Quer nos planetas celestiais, quer inferiores, quer terrestres, as pessoas estão absortas em felicidade material temporária, esquecendo-se de que, no decorrer do tempo e de acordo com as leis materiais, terão que mudar de corpo e se submeter a repetidos nascimentos, mortes, velhice e doenças. Não se importando com o que lhes acontecerá quando nascerem de novo, os grandes materialistas estão ocupados simplesmente em desfrutar durante sua curta vida atual. O vaiṣṇava sempre anseia por dar a esses materialistas desorientados a verdadeira felicidade da bem-aventurança espiritual.

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