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VERSO 18

yas tv iha vā asaṁvibhajyāśnāti yat kiñcanopanatam anirmita-pañca-yajño vāyasa-saṁstutaḥ sa paratra kṛmibhojane narakādhame nipatati tatra śata-sahasra-yojane kṛmi-kuṇḍe kṛmi-bhūtaḥ svayaṁ kṛmibhir eva bhakṣyamāṇaḥ kṛmi-bhojano yāvat tad aprattāprahūtādo ’nirveśam ātmānaṁ yātayate.

yaḥ — qualquer pessoa que; tu — mas; iha — nesta vida;  — ou; asaṁ-vibhajya — sem repartir; aśnāti — come; yat kiñcana — tudo o que; upanatam — obtido pela graça de Kṛṣṇa; anirmita — não executando; pañca-yajñaḥ — as cinco espécies de sacrifícios; vāyasa — aos corvos; saṁstutaḥ — que é descrita como igual; saḥ — semelhante pessoa; paratra — na próxima vida; kṛmibhojane — chamado Kṛmibhojana; naraka-adhame — no mais abominável de todos os infernos; nipatati — cai; tatra — ali; śata-sahasra-yojane — medindo 100.000 yojanas (1.280.000 quilômetros); kṛmi-kuṇḍe — em um lago de vermes; kṛmi-bhūtaḥ — tornando-se um dos vermes; svayam — ela própria; kṛmibhiḥ — pelos outros vermes; eva — decerto; bhakṣyamāṇaḥ — sendo comida; kṛmi-bhojanaḥ — comendo vermes; yāvat — tanto quanto; tat — é a largura desse lago; apratta-aprahūta — comida não partilhada e não oferecida; adaḥ — aquele que come; anirveśam — que não executa expiação; ātmānam — para si próprio; yātayate — causa dor.

Deve ser considerado no mesmo nível de um corvo aquele que, após receber algum alimento, não o reparte entre os convidados, os anciãos e as crianças, senão que simplesmente come tudo sozinho, ou come sem executar as cinco classes de sacrifícios. Após a morte, ele é posto no inferno mais abominável, conhecido como Kṛmibhojana. Nesse inferno, há um lago de 100.000 yojanas [1.280.000 quilômetros] de largura, que fica repleto de vermes. Nesse lago, ele se torna um verme e se alimenta de outros vermes ali existentes, que também se alimentam dele. A menos que, antes de morrer, tenha expiado suas ações, semelhante homem pecaminoso permanece no lago infernal de Kṛmibhojana por tantos anos quantos yojanas de largura tem o lago.

SIGNIFICADO—Como se afirma na Bhagavad-gītā (3.13):

yajña-śiṣṭāśinaḥ santo
mucyante sarva-kilbiṣaiḥ
bhuñjate te tv agham pāpā
ya pacanty ātma-kāraṇāt

“Os devotos do Senhor libertam-se de todas as espécies de pecados porque comem alimentos que primeiramente são oferecidos em sacrifício. Outros, que preparam o alimento para a satisfação dos próprios sentidos, na verdade comem apenas pecado.” Todo o alimento nos é dado pela Suprema Personalidade de Deus. Eko bahūnāṁ yo vidadhāti kāmān: o Senhor satisfaz todas as necessidades da vida. Portanto, devemos agradecer Sua misericórdia executando yajña (sacrifício). Esse é o dever de todos. Na verdade, o único propósito da vida é executar yajña. De acordo com Kṛṣṇa:

yajñārthāt karmaṇo ’nyatra
loko ’yam karma-bandhanaḥ
tad-arthaṁ karma kaunteya
mukta-saṅgaḥ samācara

“Deve-se realizar o trabalho como um sacrifício a Viṣṇu; caso contrário, o trabalho produz cativeiro neste mundo material. Portanto, ó filho de Kuntī, executa teus deveres prescritos para a satisfação dEle, e, desta forma, sempre permanecerás livre do cativeiro.” (Bhagavad-gītā 3.9) Se não executamos yajña e não distribuímos prasāda aos outros, desperdiçamos nossa vida. Somente após executar yajña e distribuir prasāda a todos os dependentes – filhos, brāhmaṇas e anciãos – a pessoa deve comer. Contudo, aquele que cozinha somente para si próprio ou para a sua família é condenado, juntamente com todos aqueles a quem ele alimenta. Após a morte, ele é posto no inferno conhecido como Kṛmibhojana.

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