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VERSO 11

puruṣaḥ prakṛtir vyaktam
ātmā bhūtendriyāśayāḥ
śaknuvanty asya sargādau
na vinā yad-anugrahāt

puruṣaḥ — o criador da energia material total; prakṛtiḥ — a energia material ou a natureza material; vyaktam — os princípios da manifestação (mahat-tattva); ātmā — o falso ego; bhūta — os cinco elementos materiais; indriya — os dez sentidos; āśayāḥ — a mente, a inteligência e a consciência; śaknuvanti — são capazes; asya — deste universo; sarga-ādau — na criação etc.; na — não; vinā — sem; yat — de quem; anugrahāt — a misericórdia.

Os três puruṣas – Kāraṇodakaśāyī Viṣṇu, Garbhodakaśāyī Viṣṇu e Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu –, a natureza material, a totalidade da ener­gia material, o falso ego, os cinco elementos materiais, os sentidos materiais, a mente, a inteligência e a consciência não podem criar a manifestação material sem a direção da Suprema Personalidade de Deus.

SIGNIFICADO—Como se confirma no Viṣṇu Purāṇa, parasya brahmaṇaḥ śaktis tathedam akhilaṁ jagat: todas as manifestações que experimenta­mos são simplesmente as várias energias da Suprema Personalidade de Deus. Sozinhas, essas energias nada podem criar. O próprio Senhor também confirma isso na Bhagavad-gītā (9.10), mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sa-carācaram: “Esta natureza material, que funciona sob a Minha direção, ó filho de Kuntī, está produzindo todos os seres móveis e inertes.” Somente sob a direção do Senhor, a Pessoa Suprema, a prakṛti, que se manifesta como os vinte e quatro elementos, pode criar diferentes situações para a entidade viva. Nos Vedas, o Senhor diz:

madīyaṁ mahimānaṁ ca
parabrahmeti śabditam
vetsyasy anugṛhītaṁ me
sampraśnair vivṛtaṁ hṛdi

“Porque tudo é manifestação de Minha energia, sou conhecido como Parabrahman. Portanto, todos devem dirigir-se a Mim para ouvi­rem de Mim acerca de Minhas atividades gloriosas.” Na Bhagavad-gītā (10.2), o Senhor também diz que aham ādir hi devānām: “Eu sou a origem de todos os semideuses.” Portanto, a Suprema Personalidade de Deus é a origem de tudo, e ninguém independe dEle. Śrīla Madhvācārya também diz que anīśa jīva-rūpeṇa: sendo anīśa, a en­tidade viva jamais controla, senão que sempre é controlada. Por­tanto, quando a entidade viva se torna orgulhosa de ser um īśvara, ou deus, independente, revela sua tolice. Semelhante tolice é descrita no verso a seguir.

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