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VERSO 3

yathā prayānti saṁyānti
sroto-vegena bālukāḥ
saṁyujyante viyujyante
tathā kālena dehinaḥ

yathā — assim como; prayānti — separam-se; saṁyānti — agrupam-se; srotaḥ-vegena — pela força das ondas; bālukāḥ — os pequenos grãos de areia; saṁyujyante — elas se unem; viyujyante — elas se separam; tathā — igualmente; kālena — pelo tempo; dehinaḥ — as entidades vivas que aceitaram corpos materiais.

Ó rei, assim como pequenas partículas de areia ora se agrupam, ora se separam devido à força das ondas, as entidades vivas que aceitaram corpos materiais ora se unem, ora se separam devido à força do tempo.

SIGNIFICADO—O engano da alma condicionada está em aceitar o conceito de vida corpórea. O corpo é material, mas, dentro do corpo, está a alma. Esta compreensão é espiritual. Infelizmente, quem está em ignorância e vive sob o encanto da ilusão material aceita o corpo como o eu. Ele não consegue entender que o corpo é matéria. Assim como os pequenos grãos de areia, os corpos se aproximam e se separam pela força do tempo, e as pessoas falsamente lamentam o ajuntamento e a separação. Quem não sabe disso perde a possibilidade de ser feliz. Portanto, na Bhagavad-gītā (2.13), esta é a primeira ins­trução dada pelo Senhor:

dehino ’smin yathā dehe
kaumāraṁ yauvanaṁ jarā
tathā dehāntara-prāptir
dhīras tatra na muhyati

“Assim como a alma encarnada passa seguidamente, neste corpo, da infância à juventude e à velhice, da mesma maneira, a alma passa para um outro corpo após a morte. Uma pessoa sóbria não se confunde com tal mudança.” Não somos o corpo; somos seres espirituais aprisionados no corpo. Nosso verdadeiro interesse consiste em compreender este simples fato. Então, poderemos con­tinuar fazendo progresso espiritual. Caso contrário, se permanecermos no conceito de vida corporal, nossa dolorosa existência material continuará para sempre. Os ajustes políticos, os trabalhos de bem-estar social, a assistência médica e outros programas que inventamos pensando em atingir paz e felicidade jamais perdura­rão. Teremos de nos submeter aos consecutivos sofrimentos da vida material. Portanto, a vida material é definida como duḥkhālayam aśāśvatam; ela é um reservatório de condições dolorosas.

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