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VERSO 5

vayaṁ ca tvaṁ ca ye ceme
tulya-kālāś carācarāḥ
janma-mṛtyor yathā paścāt
prāṅ naivam adhunāpi bhoḥ

vayam — nós (os grandes sábios, os ministros e os partidários do rei); ca — e; tvam — tu; ca — também; ye — quem; ca — também; ime — esses; tulya-kālāḥ — reunidos ao mesmo tempo; cara-acarāḥ — móveis e inertes; janma — nascimento; mṛtyoḥ — e morte; yathā — assim como; paścāt — após; prāk — antes; na — não; evam — assim; adhunā — no presente; api — embora; bhoḥ — ó rei.

Ó rei, tu e nós – teus conselheiros, tuas esposas e teus minis­tros –, bem como todas as coisas móveis e imóveis existentes em todo o cosmo neste momento, estamos em uma situação temporária. Antes do nosso nascimento, essa situação inexistia, e, após a nossa morte, ela deixará de existir. Portanto, nossa situação atual é tem­porária, embora não seja falsa.

SIGNIFICADO—Os filósofos māyāvādīs dizem que brahma satyaṁ jagan mithyā: o Brahman, o ser vivo, é real, mas sua atual situação corpórea é falsa. Entretanto, de acordo com a filosofia vaiṣṇava, a atual situa­ção não é falsa, senão que é temporária. Ela é como um sonho. O sonho não existe antes de a pessoa adormecer, nem continua após ela despertar. O período de sonho existe apenas nesse intervalo e, por­tanto, é falso no sentido de que é impermanente. Do mesmo modo, toda a criação material, incluindo o que nós mesmos e os outros criamos, é impermanente. Antes que ocorra um sonho ou depois que ele acabe, não nos lamentamos por uma situação vivida em um sonho, e assim, durante o sonho, ou durante uma situação que simula um sonho, ninguém deve aceitá-los como reais ou se lamentar por causa deles. Isso é conhecimento verdadeiro.

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