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VERSO 37

kṣity-ādibhir eṣa kilāvṛtaḥ
saptabhir daśa-guṇottarair aṇḍa-kośaḥ
yatra pataty aṇu-kalpaḥ
sahāṇḍa-koṭi-koṭibhis tad anantaḥ

kṣiti-ādibhiḥ — pelos ingredientes do mundo material, começando pela terra; eṣaḥ — este; kila — na verdade; āvṛtaḥ — coberto; saptabhiḥ — sete; daśa-guṇa-uttaraiḥ — cada um dez vezes maior do que o anterior; aṇḍa-kośaḥ — universo em forma de ovo; yatra — em quem; patati — cai; aṇu-kalpaḥ — como um átomo diminuto; saha — com; aṇḍa-koṭi­-koṭibhiḥ — milhões desses universos; tat — portanto; anantaḥ — (sois chamado de) ilimitado.

Cada universo está coberto por sete camadas – terra, água, fogo, ar, céu, a totalidade da energia e o falso ego –, cada uma dez vezes maior do que a anterior. Além deste, existem inúmeros universos, e, embora eles sejam ilimitadamente grandes, movem-se como átomos dentro de Vós. Portanto, sois chamado de ilimitado [ananta].

SIGNIFICADO—A Brahma-saṁhitā (5.48) diz:

yasyaika-niśvasita-kālam athāvalambya
jīvanti loma-vilajā jagad-aṇḍa-nāthāḥ
viṣṇur mahān sa iha yasya kalā-viśeṣo
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi

A origem da criação material é Mahā-Viṣṇu, que repousa no Oceano Causal. Quando Ele dorme naquele oceano, milhões de universos procedem de Sua exalação, e todos eles são aniquilados quando Ele inala. Esse Mahā-Viṣṇu é uma porção plenária de uma porção de Viṣṇu, Govinda (yasya kalā-viśeṣaḥ). A palavra kalā se refere a uma porção plenária de uma porção plenária. De Kṛṣṇa, ou Govinda, vem Balarāma; de Balarāma, Saṅkarṣaṇa; de Saṅkarṣaṇa, Nārāyaṇa; de Nārāyaṇa, o segundo Saṅkarṣaṇa; do segundo Saṅkarṣaṇa, Mahā-Viṣṇu; de Mahā-Viṣṇu, Garbhodakaśāyī Viṣṇu; e, de Garbhodakaśāyī-Viṣṇu, Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu. Kṣīrodakaśāyī-Viṣṇu controla cada um dos universos. Isso é um indicativo do significado de ananta, ilimitado. O que dizer, então, da potência e da existência ilimitadas do Senhor? Este verso descreve as coberturas do universo (saptabhir daśa-guṇottarair aṇḍa-kośaḥ). A primeira cobertura é terra; a segun­da, água; a terceira, fogo; a quarta, ar; a quinta, céu; a sexta, a totalidade da energia material, e a sétima é o falso ego. Logo em seguida à cobertura de terra, cada cobertura é dez vezes maior do que a anterior. Assim, podemos apenas imaginar quão grande é cada universo, e existem muitos milhões de universos. Como o próprio Senhor confirma na Bhagavad-gītā (10.42):

athavā bahunaitena
kiṁ jñātena tavārjuna
viṣṭabhyāham idaṁ kṛtsnam
ekāṁśena sthito jagat

“Mas qual é a necessidade, Arjuna, de todo esse conhecimento minucioso? Com um simples fragmento de Mim mesmo, Eu penetro e sustento todo este universo.” O mundo material inteiro representa apenas um quarto da energia do Senhor Supremo. Portanto, Ele Se chama­ ananta.

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