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VERSO 24

na yasya sakhyaṁ puruṣo ’vaiti sakhyuḥ
sakhā vasan saṁvasataḥ pure ’smin
guṇo yathā guṇino vyakta-dṛṣṭes
tasmai maheśāya namaskaromi

na — não; yasya — cuja; sakhyam — fraternidade; puruṣaḥ — a entidade viva; avaiti — conhece; sakhyuḥ — do amigo supremo; sakhā — o amigo; vasan — morando; saṁvasataḥ — daquele com quem reside; pure — no corpo; asmin — isto; guṇaḥ — o objeto da percepção sen­sorial; yathā — assim como; guṇinaḥ — de seu respectivo órgão sen­sorial; vyakta-dṛṣṭeḥ — que supervisiona a manifestação material; tasmai — a Ele; mahā-īśāya — ao controlador supremo; namaskaromi — ofereço minhas reverências.

Assim como os objetos dos sentidos [forma, paladar, tato, aroma e som] não podem compreender como os sentidos os percebem, do mesmo modo, a alma condicionada, embora resida em seu corpo juntamente com a Superalma, não pode entender como a suprema pessoa espiritual, o mestre da criação material, dirige-lhe os sentidos. Ofereço minhas respeitosas reverências a essa Pessoa Suprema, que é o controlador supremo.

SIGNIFICADO—Juntas, a alma individual e a Alma Suprema vivem dentro do corpo. Isso é confirmado nas Upaniṣads através da analogia dos dois pássaros amigos que vivem em uma mesma árvore – um pássaro come o fruto da árvore e o outro simplesmente testemunha e dirige. Embora o ser vivo individual, que é comparado ao pássaro que está comendo, esteja sentado com seu amigo, a Alma Suprema, o ser vivo individual não pode vê-lo. Com efeito, a Superalma diri­ge o ser vivo para que, com as funções dos seus sentidos, obtenha o gozo dos objetos dos sentidos, mas, assim como os objetos dos sentidos não podem ver os sentidos, a alma condicionada não pode ver a alma dirigente. A alma condicionada tem desejos, e a Alma Suprema os satisfaz, mas a alma condicionada é incapaz de ver a Alma Suprema. Assim, embora incapaz de vê-lA, o prajāpati Dakṣa oferece suas reverências à Alma Suprema, à Superalma. Outro exem­plo que se apresenta é que, embora trabalhem sob a orientação do governo, os cidadãos comuns não entendem como estão sendo governados ou o que é o governo. Com relação a isso, Madhvācārya cita o seguinte verso do Skanda Purāṇa:

yathā rājñaḥ priyatvaṁ tu
bhṛtyā vedena cātmanaḥ
tathā jīvo na yat-sakhyaṁ
vetti tasmai namo ’stu te

“Assim como os vários servidores em diferentes departamentos de grandes estabelecimentos não podem ver o supremo diretor administrativo sob cuja supervisão estão trabalhando, as almas condicionadas não podem ver o amigo supremo que está sentado dentro de seus corpos. Ofereçamos, portanto, nossas respeitosas reverên­cias ao Supremo, que é invisível a nossos olhos materiais.”

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