VERSO 31
prāyaḥ sva-bhāva-vihito
nṛṇāṁ dharmo yuge yuge
veda-dṛgbhiḥ smṛto rājan
pretya ceha ca śarma-kṛt
prāyaḥ — de um modo geral; sva-bhāva-vihitaḥ — prescrito, de acordo com os modos da natureza material que caracterizam alguém; nṛṇām — da sociedade humana; dharmaḥ — o dever ocupacional; yuge yuge — em cada era; veda-dṛgbhiḥ — por brāhmaṇas versados em conhecimento védico; smṛtaḥ — reconhecido; rājan — ó rei; pretya — após a morte; ca — e; iha — aqui (neste corpo); ca — também; śarma-kṛt — auspicioso.
Meu querido rei, os brāhmaṇas versados em conhecimento védico proferiram o veredito de que, em cada era [yuga], o fato de diferentes categorias de pessoas se comportar de acordo com o modo da natureza material que as caracteriza é auspicioso tanto nesta vida quanto o é após a morte.
SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā (3.35), afirma-se que śreyān sva-dharmo viguṇaḥ para-dharmāt svanuṣṭhitāt: “É muito melhor que alguém execute, mesmo imperfeitamente, o seu dever prescrito do que ele execute o dever alheio.” Os antyajas, os homens de classes inferiores, estão acostumados a roubar, beber e fazer sexo ilícito, mas, no caso deles, isso não é considerado pecaminoso. Por exemplo, se um tigre mata um homem, isso não é pecaminoso, mas, se um homem mata outro homem, isso é considerado pecaminoso, e o assassino é enforcado. O que acontece no cotidiano dos animais seria, na sociedade humana, reputado como pecaminoso. Assim, de acordo com os sintomas das categorias sociais superiores e inferiores, há diferentes variedades de deveres ocupacionais. De acordo com os entendidos em conhecimento védico, esses deveres são prescritos para eras específicas.