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VERSO 11

etat sarvaṁ gṛhasthasya
samāmnātaṁ yater api
guru-vṛttir vikalpena
gṛhasthasyartu-gāminaḥ

etat — isto; sarvam — tudo; gṛhasthasya — de um chefe de família; samāmnātam — descrito; yateḥ api — mesmo da pessoa na ordem renunciada; guru-vṛttiḥ vikalpena — seguir as ordens do mestre espiritual; gṛhasthasya — do chefe de família; ṛtu-gāminaḥ — aceitando sexo apenas durante o período favorável à procriação.

Todas as regras e regulações se aplicam tanto ao chefe de família quanto ao sannyāsī, alguém que está na ordem de vida renunciada. Contudo, o gṛhastha recebe do mestre espiritual a permissão para praticar sexo durante o período favorável à procriação.

SIGNIFICADO—Às vezes, interpreta-se erroneamente que o gṛhastha, o chefe de família, tem permissão de se entregar ao sexo a qualquer momento. Esse conceito sobre a vida de gṛhastha é errado. Na vida espiritual, quer alguém seja gṛhastha, vānaprastha, sannyāsī ou brahmacārī, todos estão sob o controle do mestre espiritual. Para os brahmacārīs e os sannyāsīs, existem fortes restrições quanto à atividade sexual. Da mesma maneira, existem fortes restrições para os gṛhasthas. Os gṛhasthas devem se dar à vida sexual apenas quando o guru determinar. Portanto, aqui se menciona que todos devem seguir as ordens do mestre espiritual (guru-vṛttir vikalpena). Quando o mestre espiritual ordena, o gṛhastha pode aceitar a vida sexual. Confirma isso a Bhagavad-gītā (7.11). Dharmāviruddho bhūteṣu kāmo ’smi: praticar a vida sexual sem desobedecer às regras e regulações religiosas constitui um princípio religioso. O gṛhastha tem permissão para a atividade sexual que é realizada no período favorável à procriação e que siga a ordem do mestre espiritual. Se as ordens do mestre espiritual permitem ao gṛhastha se ocupar em vida sexual em uma ocasião específica, o gṛhastha, então, pode adotar esse procedimento; por outro lado, se o mestre espiritual der ordens que o proíbam disso, o gṛhastha deve abster-se. O gṛhastha deve obter do mestre espiritual permissão para observar a cerimônia ritualística garbhādhāna-saṁskāra. Então, pode aproximar-se de sua esposa para gerar filhos; de outro modo, ele deve dissuadir-se de procurá-la. Em geral, o brāhmaṇa permanece um brahmacārī vitalício, mas, embora alguns brāhmaṇas se tornem gṛhasthas e tenham vida sexual ativa, eles seguem essa linha de conduta sob o completo controle exercido pelo mestre espiritual. Permite-se ao kṣatriya desposar mais de uma mulher, mas isso também deve estar de acordo com as instruções do mestre espiritual. Isso não significa que, devido ao fato de alguém ser gṛhastha, ele pode casar-se quantas vezes quiser e se entregar à vida sexual do jeito que lhe aprouver. Isso não é vida espiritual. Na vida espiritual, a pessoa deve conduzir toda a sua vida sob a orientação do guru. Apenas aquele que conduz sua vida espiritual sob a direção do mestre espiritual pode alcançar a misericórdia de Kṛṣṇa. Yasya prasādād bhagavat-prasādaḥ. Se alguém deseja avançar na vida espiritual, mas age caprichosamente, não seguindo as ordens do mestre espiritual, ele não tem um refúgio. Yasyāprasādān na gatiḥ kuto ’pi. Sem receber a ordem do mestre espiritual, ninguém, nem mesmo o gṛhastha, deve ter vida sexual.

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