VERSO 18
na te śayānasya nirudyamasya
brahman nu hārtho yata eva bhogaḥ
abhogino ’yaṁ tava vipra dehaḥ
pīvā yatas tad vada naḥ kṣamaṁ cet
na — não; te — de ti; śayānasya — deitado; nirudyamasya — sem atividades; brahman — ó pessoa santa; nu — na verdade; ha — é evidente; arthaḥ — dinheiro; yataḥ — do qual; eva — na verdade; bhogaḥ — gozo dos sentidos; abhoginaḥ — de alguém que não está ocupado em gozo dos sentidos; ayam — isto; tava — teu; vipra — ó brāhmaṇa erudito; dehaḥ — corpo; pīvā — gordo; yataḥ — como é que; tat — este fato; vada — por favor, dize; naḥ — a nós; kṣamam — perdoa; cet — se fiz uma pergunta insolente.
Ó brāhmaṇa, conhecendo plenamente a transcendência, nada tens a fazer, de modo que estás deitado. Também é fácil deduzir que não tens dinheiro para o gozo dos sentidos. Então, como foi que teu corpo obteve tanto sobrepeso? Nessas circunstâncias, se não achares que minhas perguntas são inoportunas, por favor, explica-me como isso aconteceu.
SIGNIFICADO—De um modo geral, aqueles que estão ocupados em avanço espiritual se alimentam apenas uma vez, ou à tarde ou ao pôr do sol. Se alguém se alimenta apenas uma vez, naturalmente ele não engorda. O sábio erudito, entretanto, era bastante gordo, daí Prahlāda Mahārāja ter ficado tão surpreso. Porque é experiente em autorrealização, o transcendentalista decerto fica com o rosto brilhante. E quem é avançado em autorrealização deve ser colocado na mesma categoria de um brāhmaṇa. Como a pessoa santa e de rosto brilhante ficava deitada e não saía para trabalhar e, mesmo ainda, era bastante gorda, Prahlāda Mahārāja ficou intrigado e se sentiu impelido a lhe perguntar como aquilo se dera.