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VERSO 31

ādhyātmikādibhir duḥkhair
avimuktasya karhicit
martyasya kṛcchropanatair
arthaiḥ kāmaiḥ kriyeta kim

ādhyātmika-ādibhiḥ — adhyātmika, adhidaivika e adhibhautika; duḥkhaiḥ — pelos três sofrimentos da vida material; avimuktasya — daquele que não está livre dessas condições dolorosas (ou de alguém que está sujeito ao nascimento, morte, velhice e doença); karhicit — às vezes; martyasya — da entidade viva sujeita à morte; kṛcchra-upanataiḥ — coisas decorrentes de sofrimentos severos; arthaiḥ — mesmo que se obtenha algum benefício; kāmaiḥ — que possa satisfazer os seus desejos materiais; kriyeta — o que podem fazer; kim — e qual é o valor dessa felicidade.

As atividades materialistas sempre estão acompanhadas de três classes de condições dolorosas – adhyātmika, adhidaivika e adhibhautika. Portanto, mesmo que alguém alcance algum sucesso executando essas atividades, de que adiantará esse sucesso? Mesmo assim, ele estará sujeito a nascimento, morte, velhice, doença e às reações de suas atividades fruitivas.

SIGNIFICADO—De acordo com o modo de vida materialista, se um homem pobre, após trabalhar muito arduamente, obtém algum ganho material no fim de sua vida, ele é considerado um sucesso, muito embora também morra enquanto sofre as três classes de sofrimentos – adhyātmika, adhidaivika e adhibhautika. Ninguém pode escapar das três espécies de sofrimentos presentes na vida materialista, a saber, os sofrimentos relacionados com o corpo e a mente, os sofrimentos decorrentes das dificuldades impostas pela sociedade, comunidade, nação e outras entidades vivas, e os sofrimentos que nos são infligidos pelos distúrbios naturais, tais como os terremotos, a fome, a seca, as inundações, as epidemias e assim por diante. Se alguém trabalha muito arduamente e se submete às três classes de sofrimentos e, então, consegue ganhar algum pequeno benefício, qual o valor desse benefício? Além disso, mesmo que um karmī seja exitoso em acumular alguma riqueza material, ele não conseguirá desfrutá-la, pois tem que morrer em um clima de profunda agonia. Certa vez, até mesmo presenciei um homem prestes a morrer implorando que um profissional de saúde lhe desse mais quatro anos de vida a fim de que pudesse completar seus planos materiais. Evidentemente, o médico não conseguiu prolongar a vida do homem, que, portanto, morreu em uma situação muito pesarosa. Todos têm que morrer dessa maneira, e, depois que a condição mental da pessoa é esquadrinhada pelas leis da natureza material, ela recebe outra oportunidade de tentar satisfazer os seus desejos em outro corpo. Traçar planos materiais para obter a felicidade material não tem valor algum, mas, sob o encanto da energia ilusória, nós os consideramos extremamente valiosos. Houve muitos políticos, reformadores sociais e filósofos que morreram muito infelizes, sem conseguir extrair dos seus planos materiais algum valor prático. Portanto, um homem são e sensato jamais deseja trabalhar arduamente, sujeitando-se às condições impostas pelas três classes de sofrimentos, e acabar morrendo em frustração.

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