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VERSO 44

ātmānubhūtau tāṁ māyāṁ
juhuyāt satya-dṛṅ muniḥ
tato nirīho viramet
svānubhūty-ātmani sthitaḥ

ātma-anubhūtau — na autorrealização; tām — isto; māyām — o falso ego da existência material; juhuyāt — deve apresentar como oblação; satya-dṛk — alguém que realmente compreendeu a verdade última; muniḥ — semelhante pessoa introspectiva; tataḥ — devido a essa autorrealização; nirīhaḥ — sem desejos materiais; viramet — deve-se afastar por completo das atividades materiais; sva-anubhūti-ātmani — em autorrealização; sthitaḥ — estando então situada.

A pessoa erudita e introspectiva deve perceber que a existência material é uma ilusão. Isso só se faz possível através da autorrealização. A pessoa autorrealizada, que realmente viu a verdade, deve afastar-se de todas as atividades materiais, situando-se na autorrealização.

SIGNIFICADO—Mediante o estudo analítico de toda a constituição do corpo, certamente é possível chegar à conclusão de que a alma é diferente de todos os elementos materiais do corpo, tais como terra, água, fogo e ar. Por conseguinte, a diferença entre o corpo e a alma pode ser percebida por alguém que é introspectivo (manīṣī ou muni), o qual, após compreender dessa maneira a alma espiritual individual, pode muito facilmente compreender a alma espiritual suprema. Então, quem compreende que a alma individual é subordinada à alma espiritual suprema atinge a autorrealização. Como se explica no décimo terceiro capítulo da Bhagavad-gītā, há duas almas dentro do corpo. O corpo se chama kṣetra, e há dois kṣetra-jñas, ou ocupantes do corpo, a saber, a Superalma (Paramātmā) e a alma individual. A Superalma e a alma individual são como dois pássaros situados na mesma árvore (o corpo material). Um deles, o pássaro individual e esquecido, está comendo o fruto da árvore, não se importando com as instruções do outro pássaro, o qual, sendo testemunha das atividades do primeiro pássaro, também é seu amigo. Ao compreender o amigo supremo que, em diferentes corpos, está sempre com ele e tenta orientá-lo, o pássaro abandona seu antigo esquecimento e se refugia nos pés de lótus do pássaro supremo. Como se explica no processo de yoga, dhyānāvasthita-tad-gatena manasā paśyanti yaṁ yoginaḥ. Quando alguém se torna de fato um yogī perfeito, ele pode ver o amigo supremo e se render a Ele através da meditação. Esse é o início do bhakti-yoga, ou vida em verdadeira consciência de Kṛṣṇa.

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