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VERSO 14

pura-grāma-vrajodyāna-
kṣetrārāmāśramākarān
kheṭa-kharvaṭa-ghoṣāṁś ca
dadahuḥ pattanāni ca

pura — cidades e municípios; grama — vilas; vraja — campos de pastagem; udyāna — jardins; kṣetra — campos agrícolas; ārāma — florestas naturais; āśrama — eremitérios de pessoas santas; ākarān — e minas (que produzem metais preciosos para manter a cultura bramânica); kheṭa — vilas agrícolas; kharvaṭa — vilas dos montanheses; ghoṣān — as pequenas vilas dos vaqueiros; ca — e; dadahuḥ — eles queimaram; pattanāni — as capitais; ca — também.

Os demônios atearam fogo às cidades e vilas, aos campos de pastagem, aos estábulos, jardins, campos agrícolas e florestas naturais. Queimaram os eremitérios das pessoas santas, as importantes minas produtoras de metais valiosos, as casas dos agricultores, as povoações dos montanheses e as vilas dos protetores de vacas, os vaqueiros. Queimaram também as capitais dos governantes.

SIGNIFICADO—A palavra udyāna se refere aos lugares onde se cultivam especialmente árvores para produzir frutos e flores, que são muito importantes para a civilização humana. Na Bhagavad-gītā (9.26), Kṛṣṇa diz:

patraṁ puṣpaṁ phalaṁ toyaṁ
yo me bhaktyā prayacchati
tad ahaṁ bhakty-upahṛtam
aśnāmi prayatātmanaḥ

“Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, uma folha, uma flor, uma fruta ou água, Eu as aceitarei.” As frutas e as flores são muito agradáveis ao Senhor. Quem desejar satisfazer a Suprema Personalidade de Deus, basta oferecer-Lhe frutas e flores, e o Senhor ficará satisfeito em aceitá-las. Nosso único dever é satisfazer a Divindade Suprema (saṁsiddhir hari-toṣaṇam). Em tudo que fazemos, em todas as nossas ocupações, o nosso principal propósito deve ser satisfazer o Senhor Supremo. Toda a parafernália mencionada neste verso se presta especialmente a satisfazer o Senhor, e não a satisfazer nossos sentidos. O governo – na verdade, toda a sociedade – deve estruturar-se de maneira tal que todos possam ocupar-se em satisfazer a Suprema Personalidade de Deus. Mas, infelizmente, em especial nesta era, na te viduḥ svārtha-gatiṁ hi viṣṇum: as pessoas não sabem que a meta máxima da vida humana é satisfazer o Senhor Viṣṇu. Ao contrário, tal qual demônios, tudo o que fazem é planejar matar Viṣṇu para serem felizes no gozo dos sentidos.

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