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VERSO 40

nadati kvacid utkaṇṭho
vilajjo nṛtyati kvacit
kvacit tad-bhāvanā-yuktas
tanmayo ’nucakāra ha

nadati — brada (dirigindo-se ao Senhor: “Ó Kṛṣṇa”); kvacit — às vezes; utkaṇṭhaḥ — estando ansioso; vilajjaḥ — sem acanhamento; nṛtyati — ele dança; kvacit — às vezes; kvacit — às vezes; tat-bhāvanā — em pensar em Kṛṣṇa; yuktaḥ — estando absorto; tat-mayaḥ — pensando como se tivesse passado a ser Kṛṣṇa; anucakāra — imitava; ha — na verdade.

Às vezes, ao ver a Suprema Personalidade de Deus, Prahlāda Mahārāja bradava em completa ansiedade. Às vezes, ele perdia sua timidez e ficava em júbilo e começava a dançar em êxtase, ao passo que, outras vezes, estando plenamente absorto em pensar em Kṛṣna, agia como se fosse Kṛṣṇa e imitava os passatempos do Senhor.

SIGNIFICADO—Havia ocasiões em que Prahlāda Mahārāja sentia que o Senhor estava distante dele e, portanto, chamava-O bem alto. Quando via que o Senhor estava diante dele, ficava cheio de júbilo. Em outras ocasiões, julgando-se uno com o Supremo, imitava os passatempos do Senhor. Com saudades do Senhor, às vezes mostrava sintomas de loucura. Os impersonalistas não valorizam esses sentimentos do devoto. Todos devem continuar adentrando-se na compreensão espiritual. A primeira fase é compreender o Brahman impessoal, mas se deve prosseguir e compreender o Paramātmā, até chegar na Suprema Personalidade de Deus, que é adorado pelos sentimentos transcendentais do devoto que convive com Ele em śānta, dāsya, sakhya, vātsalya ou mādhurya. Aqui, os sentimentos de Prahlāda Mahārāja estavam na doçura de vātsalya, amor e afeição filiais. Assim como uma criança chora quando afastada de sua mãe, Prahlāda Mahārāja, quando sentia que o Senhor estava distante dele, começava a chorar (nadati). Também, um devoto como Prahlāda, às vezes, vê que o Senhor está vindo de um lugar distante para apaziguá-lo, assim como uma mãe responde à criança dizendo: “Meu querido filho, não chore. Já estou indo.” Então, o devoto, não se deixando intimidar pelo ambiente e circunstâncias que o cercam, começa a dançar pensando: “Eis o meu Senhor! O meu Senhor está chegando!” E, então, o devoto, em êxtase completo, às vezes imita os passatempos do Senhor, assim como os vaqueirinhos imitavam o comportamento dos animais da floresta. Entretanto, ele não se transforma no Senhor realmente. Foi graças a seu avanço em compreensão espiritual que Prahlāda Mahārāja alcançou os êxtases espirituais descritos nesta passagem.

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