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VERSO 18

iti taṁ vividhopāyair
bhīṣayaṁs tarjanādibhiḥ
prahrādaṁ grāhayām āsa
tri-vargasyopapādanam

iti — dessa maneira; tam — a ele (Prahlāda Mahārāja); vividha-upāyaiḥ — por vários meios; bhīṣayan — hostilizando; tarjana-ādibhiḥ — mediante castigos, ameaças etc.; prahrādam — a Prahlāda Mahārāja; grāhayām āsa — ensinaram; tri-vargasya — as três metas da vida (os caminhos da religião, desenvolvimento econômico e gozo dos sentidos); upapādanam — escritura que apresenta.

Ṣaṇḍa e Amarka, os professores de Prahlāda Mahārāja, infligiram a seu discípulo várias categorias de castigos e ameaças e começaram a lhe ensinar os caminhos da religião, do desenvolvimento econômico e do gozo dos sentidos. Era esse o ensinamento que eles lhe ministravam.

SIGNIFICADO—Neste verso, as palavras prahrādaṁ grāhayām āsa são importantes. As palavras grāhayām āsa significam literalmente que eles tentaram induzir Prahlāda Mahārāja a aceitar os caminhos de dharma, artha e kama (religião, desenvolvimento econômico e gozo dos sentidos). De um modo geral, as pessoas estão preocupadas com esses três assuntos, sem se interessar pelo caminho da liberação. Hiraṇyakaśipu, o pai de Prahlāda Mahārāja, estava simplesmente interessado em ouro e gozo dos sentidos. A palavra hiraṇya significa “ouro”, e kaśipu se refere a almofadas e colchões macios, nos quais as pessoas se entregam ao gozo dos sentidos. A palavra Prahlāda, entretanto, refere-se a alguém que vive feliz porque compreende o Brahman (brahma-bhūtaḥ prasannātmā). Prahlāda significa prasannātmā, sempre alegre. Prahlāda vivia feliz, adorando o Senhor, mas, seguindo as instruções de Hiraṇyakaśipu, os professores de Prahlāda estavam interessados em lhe ensinar assuntos materiais. Os materialistas pensam que o caminho da religião se presta a melhorar as suas condições materiais. O materialista vai até o templo e adora muitas variedades de semideuses simplesmente para receber alguma bênção que melhore a sua vida material. Eles procuram um sādhu ou falso svāmī a fim de com ele aprender um método fácil para se obterem opulências materiais. Em nome de religião, os pretensos sādhus tentam satisfazer os sentidos dos materialistas, mostrando-lhes atalhos para a opulência material. Às vezes, eles lhes dão algum talismã ou bênção. Outras vezes, de maneira a atrair os materialistas, produzem ouro. Então, declaram-se Deus, e os materialistas tolos, que estão buscando pelo desenvolvimento econômico, sentem-se atraídos por eles. Como resultado desse método de trapaça, os outros relutam e preferem não aceitar um processo religioso e, em vez disso, aconselham as pessoas em geral a trabalharem para o avanço material. Isso está acontecendo no mundo inteiro. Não apenas agora, mas desde tempos imemoriais, ninguém está interessado em mokṣa, a liberação. Existem quatro princípios – dharma (religião), artha (desenvolvimento econômico), kāma (gozo dos sentidos) e mokṣa (liberação). As pessoas aceitam a religião para se tornarem materialmente opulentas. E com que objetivo alguém deveria ser materialmente opulento? Para o gozo dos sentidos. Assim, as pessoas preferem esses três mārgas, os três caminhos da vida materialista. Ninguém está interessado em liberação, e o bhagavad-bhakti, o serviço devocional ao Senhor, está acima até mesmo da liberação. Portanto, é extremamente difícil que alguém entenda o processo do serviço devocional, a consciência de Kṛṣṇa. Prahlāda Mahārāja explicará isso mais adiante. Os professores Ṣaṇḍa e Amarka tentaram induzir Prahlāda Mahārāja a aceitar o modo de vida materialista, mas, na verdade, suas tentativas foram um fracasso.

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