VERSO 13
sarve hy amī vidhi-karās tava sattva-dhāmno
brahmādayo vayam iveśa na codvijantaḥ
kṣemāya bhūtaya utātma-sukhāya cāsya
vikrīḍitaṁ bhagavato rucirāvatāraiḥ
sarve — todos; hi — decerto; amī — esses; vidhi-karāḥ — executores de ordens; tava — Vossos; sattva-dhāmnaḥ — estando sempre situado no mundo transcendental; brahma-ādayaḥ — os semideuses, encabeçados pelo senhor Brahmā; vayam — nós; iva — como; īśa — o meu Senhor; na — não; ca — e; udvijantaḥ — que temos medo (do Vosso aparecimento assustador); kṣemāya — para a proteção; bhūtaye — para a melhoria; uta — está dito; ātma-sukhāya — para a satisfação pessoal através desses passatempos; ca — também; asya — deste (mundo material); vikrīḍitam — manifestos; bhagavataḥ — de Vossa Onipotência; rucira — muito agradáveis; avatāraiḥ — por Vossas encarnações.
Ó meu Senhor, todos os semideuses, encabeçados pelo senhor Brahmā, são servos sinceros de Vossa Onipotência, pois estais situado em uma posição transcendental. Portanto, eles não são como nós [Prahlāda e seu pai, o demônio Hiraṇyakaśipu]. Ao aparecerdes nessa forma assustadora, executais Vosso passatempo para Vosso próprio prazer. Tal encarnação sempre se destina à proteção e melhoria do universo.
SIGNIFICADO—Prahlāda Mahārāja queria asseverar que seu pai e os outros membros de sua família eram todos desafortunados porque eram demoníacos, ao passo que os devotos do Senhor sempre são afortunados porque estão sempre prontos a seguir as ordens do Senhor. Ao aparecer neste mundo material em Suas várias encarnações, o Senhor Supremo cumpre duas funções – salvar o devoto e aniquilar o demônio (paritrāṇāya sādhūnāṁ vināśāya ca duṣkṛtām). O Senhor Nṛsiṁhadeva, por exemplo, apareceu para a proteção de Seu devoto. Passatempos tais como os de Nṛsiṁhadeva decerto não se destinam a criar medo nos devotos, mas os devotos, sendo muito simples e fiéis, ficaram com medo da feroz encarnação do Senhor. Portanto, Prahlāda Mahārāja, na oração seguinte, pede ao Senhor que descontinue a Sua ira.