No edit permissions for Português

VERSO 19

bālasya neha śaraṇaṁ pitarau nṛsiṁha
nārtasya cāgadam udanvati majjato nauḥ
taptasya tat-pratividhir ya ihāñjaseṣṭas
tāvad vibho tanu-bhṛtāṁ tvad-upekṣitānām

bālasya — de uma criancinha; na — não; iha — neste mundo; śaraṇam — refúgio (proteção); pitarau — o pai e a mãe; nṛsiṁha — ó meu Senhor Nṛsiṁhadeva; na — nem; ārtasya — de uma pessoa que sofre de alguma doença; ca — também; agadam — remédio; udanvati — na água do oceano; majjataḥ — de alguém que está se afogando; nauḥ — o barco; taptasya — de uma pessoa que se submete ao sofrimento material; tat-pratividhiḥ — a anulação (inventada para acabar com o sofrimento presente na existência material); yaḥ — aquilo que; iha — neste mundo material; añjasā — muito facilmente; iṣṭaḥ — aceito (como remédio); tāvat — igualmente; vibho — ó meu Senhor, o Supremo; tanu-bhṛtām —das entidades vivas que aceitaram corpos materiais; tvat-upekṣitānām — que são desamparadas por Vós e não são aceitas por Vós.

Meu Senhor Nṛsiṁhadeva, ó Supremo, devido ao conceito de vida corporal, as almas corporificadas, desamparadas por Vós, nada podem fazer em prol de sua melhora. Todos os remédios que venham a aceitar, embora talvez produzam benefícios temporários, decerto são impermanentes. Por exemplo, o pai e a mãe não podem proteger o filho, o médico e o remédio não podem aliviar o sofrimento do paciente, e o barco no oceano não pode proteger um homem que se afoga.

SIGNIFICADO—Através do cuidado parental, através de remédios para diferentes espécies de doenças, e através dos meios de proteção aquáticos, aéreos ou terrestres, sempre há esforços para aliviar várias classes de sofrimento no mundo material, mas nenhuma dessas medidas é garantia de proteção. Talvez elas tragam benefícios temporários, mas esses nunca são permanentes. Apesar da presença do pai ou da mãe, a criança não pode ser protegida da morte acidental, da doença e de vários outros sofrimentos. Ninguém pode ajudar, nem mesmo os pais. Em última análise, o refúgio é o Senhor, e todo aquele que se refugia no Senhor é protegido. Isso é garantido pelas palavras do Senhor na Bhagavad-gītā (9.31), kaunteya pratijānīhi na me bhaktaḥ praṇaśyati: “Ó filho de Kuntī, declara ousadamente que Meu devoto jamais perece.” Portanto, a menos que alguém seja protegido pela misericórdia do Senhor, nenhuma medida reparadora poderá agir efetivamente. Por conseguinte, deve-se procurar depender por completo da imotivada misericórdia do Senhor. Embora por questão de dever rotineiro devem-se, evidentemente, aceitar outras medidas remediadoras, ninguém pode proteger alguém desamparado pela Suprema Personalidade de Deus. Neste mundo material, todos estão tentando suprimir as investidas da natureza material, mas, por fim, todos são plenamente controlados pela natureza material. Portanto, muito embora tentem repelir os violentos ataques da natureza material, os pretensos filósofos e cientistas não conseguiram lograr o seu intento. Na Bhagavad-gītā (13.9), Kṛṣṇa diz que são quatro os verdadeiros sofrimentos do mundo material – janma-mṛtyu-jarā-vyādhi (nascimento, morte, velhice e doença). Na história do mundo, ninguém jamais conseguiu suprimir esses sofrimentos impostos pela natureza material. Prakṛteḥ kriyamāṇāni guṇaiḥ karmāṇi sarvaśaḥ. A natureza (prakṛti) é tão forte que ninguém pode revogar suas severas leis. Portanto, os supostos cientistas, filósofos, religiosos e políticos devem concluir que não podem oferecer facilidades para as pessoas em geral. Eles devem empreender vigorosa propaganda para despertar a população e elevá-la à plataforma da consciência de Kṛṣṇa. Nossa humilde tentativa de propagar no mundo inteiro o movimento da consciência de Kṛṣṇa é o único remédio que pode produzir uma vida pacífica e feliz. Jamais poderemos ser felizes sem a misericórdia do Senhor Supremo (tvad-upekṣitānām). Se insistirmos em contrariar nosso pai supremo, jamais seremos felizes dentro deste mundo material, seja nos sistemas planetários superiores, seja nos inferiores.

« Previous Next »