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VERSO 41

parāg riktam apūrṇaṁ vā
akṣaraṁ yat tad om iti
yat kiñcid om iti brūyāt
tena ricyeta vai pumān
bhikṣave sarvam oṁ kurvan
nālaṁ kāmena cātmane

parāk — aquilo que separa; riktam — aquilo que afasta de alguém o apego; apūrṇam — aquilo que é insuficiente; — ou; akṣaram — essa sílaba; yat — isto; tat — que; om — o oṁkāra; iti — é dito assim; yat — que; kiñcit — tudo o que; om — essa palavra om; iti — assim; brūyāt — se proferes; tena — com essa enunciação; ricyeta — a pessoa se torna livre; vai — na verdade; pumān — uma pessoa; bhikṣave — a um pedinte; sarvam — tudo; oṁ kurvan — dando caridade, pronunciando a palavra om; na — não; alam — bastante; kāmena — para o gozo dos senti­dos; ca — também; ātmane — para a autorrealização.

Proferir a palavra “om” significa afastar-se dos bens financeiros. Em outras palavras, pronunciando essa palavra, a pessoa se livra do apego ao dinheiro porque seu dinheiro lhe é tirado. Ficar sem dinheiro não é muito confortável, pois, nessas condições, ninguém pode satis­fazer seus desejos. Ou seja, usando a palavra “om”, a pessoa se torna muito pobre. Especialmente quando se dá caridade a pobres e a pedintes, não se consegue concretizar a autorrealização ou o gozo dos sentidos.

SIGNIFICADO—Mahārāja Bali desejava dar tudo a Vāmanadeva, que Se apresentara a ele como um pedinte, mas Śukrācārya, sendo o mestre espiritual da família de Mahārāja Bali na linha de sucessão seminal, não pôde valorizar a promessa de Mahārāja Bali. Śukrācārya citou evidências védicas segundo as quais não se deve dar tudo a um homem pobre. Em vez disso, quando um homem pobre vem pedir caridade, deve-se ludibriá-lo com as seguintes palavras: “Entreguei-te tudo o que eu tinha e fiquei sem nada.” Não é recomendado que se dê tudo a ele. Na verdade, a palavra om refere-se a oṁ tat sat, a Verdade Absoluta. O oṁkāra destina-se a libertar-nos do apego ao dinheiro porque o dinheiro deve ser gasto em prol do Supremo. A tendência da civilização mo­derna é dar dinheiro em caridade aos pobres. Semelhante caridade não tem nenhum valor espiritual porque realmente vemos que, em­bora existam tantos hospitais e outras fundações e instituições para os pobres, de acordo com os três modos da natureza material, sempre estará fadada a continuar existindo uma classe de homens pobres. Muito embora existam tantas instituições de caridade, a pobreza não foi eliminada da sociedade humana. Portanto, recomenda-se aqui: bhikṣave sarvam oṁ kurvan nālaṁ kāmena cātmane. Ninguém deve dar tudo aos pedintes pobres.

A melhor solução é aquela apresentada pelo movimento da consciência de Kṛṣṇa. Este movimento sempre é bondoso com os pobres, não apenas porque os alimenta, mas também porque os ilumina, en­sinando-os a tornarem-se conscientes de Kṛṣṇa. É por isso que es­tamos abrindo centenas e milhares de centros para aqueles que são pobres, tanto em dinheiro como em conhecimento, a fim de iluminá-los em consciência de Kṛṣṇa e reformar-lhes o caráter, ensinando-os a evitarem o sexo ilícito, a intoxicação, o consumo de carne e a jogatina, que são as atividades mais pecaminosas e que fazem as pessoas sofrerem vida após vida. O melhor processo para se empregar o dinheiro é abrir essa classe de centros onde todos possam vir morar e reconstruir o seu caráter. Eles podem levar uma vida muito confortá­vel, sem precisarem esquecer suas necessidades corpóreas; a única diferença é que devem submeter-se a um controle espiritual, podendo, então, viverem felizes e utilizar o tempo para avançarem na consciência de Kṛṣṇa. Se alguém possui dinheiro, não deve desperdiçá-lo. Deve usá-lo para impulsionar o movimento da consciência de Kṛṣṇa, de modo que toda a sociedade humana possa tornar-se feliz, próspera e ter esperanças de então voltar ao lar, voltar ao Supremo. Para esse caso, há o mantra védico que diz o seguinte:

parāg vā etad riktam akṣaraṁ yad etad om iti tad yat kiñcid om iti āhātraivāsmai tad ricyate; sa yat sarvam oṁ kuryād ricyād ātmānaṁ sa kāmebhyo nālaṁ syāt.

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