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VERSOS 8-9

na vidyate yasya ca janma karma vā
na nāma-rūpe guṇa-doṣa eva vā
tathāpi lokāpyaya-sambhavāya yaḥ
sva-māyayā tāny anukālam ṛcchati

tasmai namaḥ pareśāya
brahmaṇe ’nanta-śaktaye
arūpāyoru-rūpāya
nama āścarya-karmaṇe

na — não; vidyate — existe; yasya — de quem (a Suprema Personalidade de Deus); ca — também; janma — nascimento; karma — ativida­des; — ou; na — nem; nāma-rūpe — algum nome ou forma materiais; guṇa — qualidades; doṣaḥ — defeito; eva — com certeza; — ou; ta­thāpi — mesmo assim; loka — desta manifestação cósmica; apyaya — que é a destruição; sambhavāya — e a criação; yaḥ — aquele que; sva-māyayā — através de Sua própria potência; tāni — atividades; anukālam — eternamente; ṛcchati — aceita; tasmai — a Ele; namaḥ — ofereço minhas reverências; para — transcendental; īśāya — que é o controlador supremo; brahmaṇe — que é o Brahman Supremo (Para­brahman); ananta-śaktaye — com potência ilimitada; arūpāya — sem uma forma material; uru-rūpāya — possuindo várias formas de encarnações; namaḥ — ofereço minhas reverências; āścarya-kar­maṇe — cujas atividades são maravilhosas.

A Suprema Personalidade de Deus não tem nascimento, atividades, nome, forma, qualidades ou defeitos materiais. Para concretizar o propósito pelo qual este mundo material é criado e destruído, Ele, através de Sua potência interna original, vem sob a forma de um ser humano, tal como o Senhor Rāma ou o Senhor Kṛṣṇa. Sua potência é imensa, e, sob várias formas, todas livres de contaminações materiais, Ele age maravilhosamente. Portanto, Ele é o Brahman Su­premo. Ofereço-Lhe meus respeitos.

SIGNIFICADO—No Viṣṇu Purāṇa, afirma-se: guṇāṁś ca doṣāṁś ca mune vyatīta samasta-kalyāṇa-guṇātmako hi. A Suprema Personalidade de Deus não tem forma, qualidades ou defeitos materiais. Ele é espiritual e o único reservatório de todas as qualidades espirituais. Como a Suprema Personalidade de Deus declara na Bhagavad-gītā (4.8), paritrāṇāya sādhūnāṁ vināśāya ca duṣkṛtām. As atividades nas quais o Senhor salva os devotos e aniquila os demônios são trans­cendentais. Todo aquele que é aniquilado pela Suprema Personalidade de Deus obtém o mesmo resultado conferido a um devoto protegi­do pelo Senhor: tanto um quanto o outro são transcendentalmente promovidos. A única diferença é que o devoto vai diretamente para os planetas espirituais e se torna um associado do Senhor Supremo, ao passo que os demônios são promovidos a brahmaloka, a reful­gência impessoal do Senhor. Ambos, entretanto, são transcendentalmente promovidos. A atividade através da qual o Senhor mata ou aniquila não corresponde com precisão à destruição deste mundo material. Embora pareça que Ele atue dentro dos modos da natureza material, Ele é nirguṇa, acima dos modos da natureza. Seu nome não é material; se o fosse, como alguém poderia alcançar a liberação cantando Hare Kṛṣṇa, Hare Rāma? Os nomes do Senhor, tais como Rāma e Kṛṣṇa, não são diferentes da pessoa de Rāma e Kṛṣṇa. Logo, quem canta o mantra Hare Kṛṣṇa se associa constante­mente com Rāma e Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, e, portanto, liberta-se. Um exemplo prático é Ajāmila, que sempre per­maneceu transcendental às suas atividades simplesmente cantando o nome Nārāyaṇa. Se isso é válido no caso de Ajāmila, tem ainda maior validade em relação ao Senhor Supremo. Ao vir a este mundo material, o Senhor não Se torna um produto da matéria. Isso é confirmado em toda a Bhagavad-gītā (janma-karma ca me divyam, avajānanti māṁ mūḍhāḥ mānuṣīṁ tanum āśritam). Portanto, quando a Supre­ma Personalidade de Deus – Rāma ou Kṛṣṇa – desce para agir transcendentalmente em nosso benefício, não devemos considerá-lO um ser humano comum. O advento do Senhor ocorre com base em Sua potência espiritual (sambhavāmy ātma-māyayā). Como Seu advento não é forçado pela ação da energia material, o Senhor é sempre transcendental. Ninguém deve considerar o Senhor Supremo como sendo um ser humano comum. Os nomes e formas materiais são contaminados, ao passo que o nome e a forma espirituais são transcendentais.

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