VERSO 8
yaḥ satya-pāśa-parivīta-pitur nideśaṁ
straiṇasya cāpi śirasā jagṛhe sabhāryaḥ
rājyaṁ śriyaṁ praṇayinaḥ suhṛdo nivāsaṁ
tyaktvā yayau vanam asūn iva mukta-saṅgaḥ
yaḥ — o Senhor Rāmacandra que; satya-pāśa-parivīta-pituḥ — do Seu pai, que fizera uma promessa à sua esposa; nideśam — a ordem; straiṇasya — do pai que era muito apegado à sua esposa; ca — também; api — na verdade; śirasā — sobre Sua cabeça; jagṛhe — aceitou; sabhāryaḥ — com Sua esposa; rājyam — o reino; śriyam — opulência; praṇayinaḥ — parentes; suhṛdaḥ — amigos; nivāsam — residência; tyaktvā — abandonando; yayau — foi; vanam — para a floresta; asūn — vida; iva — como; mukta-saṅgaḥ — uma alma liberada.
Cumprindo a ordem de Seu pai, que estava atado por uma promessa à sua esposa, o Senhor Rāmacandra deixou para trás o Seu reino, opulência, amigos, benquerentes, residência e tudo o mais, assim como uma alma liberada abandona sua vida, e foi para a floresta com Sītā.
SIGNIFICADO—Mahārāja Daśaratha tinha três esposas. Uma delas, Kaikeyī, servia-o muito atenciosamente, de modo que ele desejou conferir-lhe uma bênção. Kaikeyī, entretanto, disse que lhe pediria a bênção quando chegasse a ocasião oportuna. No momento da coroação do príncipe Rāmacandra, Kaikeyī pediu ao seu esposo que elevasse ao trono o seu filho Bharata e enviasse Rāmacandra para a floresta. Mahārāja Daśaratha, sendo fiel à sua promessa, ordenou que Rāmacandra fosse para a floresta, de acordo com a decisão de sua amada. E o Senhor, como um filho obediente, aceitou imediatamente a ordem. Ele deixou tudo sem hesitação, assim como uma alma liberada ou um grande yogī abandona sua vida sem sentir nenhuma atração material.