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VERSO 39

mātāmaha-kṛtāṁ vatsa
na tṛpto viṣayeṣv aham
vayasā bhavadīyena
raṁsye katipayāḥ samāḥ

mātāmaha-kṛtām — dada por teu avô materno, Śukrācārya; vatsa — meu querido filho; na — não; tṛptaḥ — satisfeito; viṣayeṣu — na vida sexual, gozo dos sentidos; aham — eu (estou); vayasā — com a idade; bhavadīyena — tua; raṁsye — desfrutarei de vida sexual; katipayāḥ — por alguns; samāḥ — anos.

Meu querido filho, ainda não satisfiz meus desejos sexuais. Mas se fores bondoso comigo, poderás aceitar a velhice que me foi dada por teu avô materno e poderei ficar com tua juventude para desfru­tar da vida por mais alguns anos.

SIGNIFICADO—Esta é a natureza dos desejos luxuriosos. Na Bhagavad-gītā (7.20), afirma-se que kāmais tais tair hṛta-jñānāḥ: quando alguém está muito apegado ao gozo dos sentidos, ele realmente perde a sua razão. A palavra hṛta-jñānāḥ refere-se àquele que perdeu sua razão. Temos aqui um exemplo: descaradamente, o pai pediu ao seu filho que tro­casse a juventude pela velhice. Evidentemente, o mundo inteiro está sob essa ilusão. Portanto, está dito que todos são pramattaḥ, ou ex­cessivamente loucos. Nūnaṁ pramattaḥ kurute vikarma: Quando alguém se torna quase louco, entrega-se ao sexo e ao gozo dos senti­dos. Entretanto, o sexo e o gozo dos sentidos podem ser controla­dos, e alcança a perfeição quem não tem desejos sexuais. Isso só é possível para quem é plenamente consciente de Kṛṣṇa.

yadavadhi mama cetaḥ kṛṣṇa-pādāravinde
nava-nava-rasa-dhāmany udyataṁ rantum āsīt
tadavadhi bata nārī-saṅgame smaryamāne
bhavati mukha-vikāraḥ suṣṭhu-niṣṭhīvanaṁ ca

“Desde o momento em que passei a me ocupar em transcendental serviço amoroso a Kṛṣṇa, sentindo nEle um prazer que se renova a cada instante, sempre que penso no prazer sexual, cuspo no pen­samento, e meus lábios crispam-se de desgosto.” O desejo sexual pode ser refreado apenas quando alguém é plenamente consciente de Kṛṣṇa, e não de outro modo. Enquanto tiver desejos sexuais, a pessoa deverá mudar de corpo e transmigrar de um corpo a outro para des­frutar de sexo em diferentes espécies ou formas de vida. Porém, embora as formas sejam diferentes, a atividade sexual é a mesma. Portanto, afirma-se que punaḥ punaś carvita-carvaṇānām. Aqueles que são muito apegados ao sexo transmigram de um corpo a outro, onde desempenham a mesma função de “mastigar o mastigado”, saboreando o gozo sexual como cão, porco, semideus e assim por diante.

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