VERSO 12
tathāhaṁ kṛpaṇaḥ subhru
bhavatyāḥ prema-yantritaḥ
ātmānaṁ nābhijānāmi
mohitas tava māyayā
tathā — exatamente como o bode; aham — eu; kṛpaṇaḥ — um coitado sem noção alguma da importância da vida; su-bhru — ó minha esposa, de belas sobrancelhas; bhavatyāḥ — em tua companhia; premayantritaḥ — como se amarrado pelo amor, embora, na verdade, isso seja luxúria; ātmānam — autorrealização (quem sou eu e qual é o meu dever); na abhijānāmi — não pude entender nem mesmo até agora; mohitaḥ — estando confundido; tava — teus; māyayā — pelos atraentes traços materiais.
Ó minha querida esposa de belas sobrancelhas, sou exatamente como aquele bode, pois tenho tão pouca inteligência que fiquei cativado por tua beleza e esqueci-me da verdadeira tarefa, a autorrealização.
SIGNIFICADO—Se alguém permanece vítima da aparente beleza de sua esposa, sua vida familiar não passa de um poço escuro. Hitvātma-pātaṁ gṛham andha-kūpam. A existência nesse poço escuro é certamente suicida. Se alguém quer livrar-se dos sofrimentos presentes na existência material, deve voluntariamente abandonar sua relação luxuriosa com sua esposa; caso contrário, não há possibilidade de autorrealização. A menos que a pessoa seja extremamente avançada em consciência espiritual, a vida familiar não passa de um poço escuro, no qual se comete suicídio. Prahlāda Mahārāja, portanto, recomenda que, no devido tempo, pelo menos após completar cinquenta anos, a pessoa deve abandonar a vida familiar e ir para a floresta. Vanaṁ gato yad dharim āśrayeta. Ali, deve-se buscar o abrigo dos pés de lótus de Hari.