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VERSO 37

taṁ tyaktu-kāmāṁ mamatāṁ
bhartus tyāga-viśaṅkitām
nāma-nirvācanaṁ tasya
ślokam enaṁ surā jaguḥ

tam — aquele bebê recém-nascido; tyaktu-kāmām — que estava tentando evitar; mamatām — para Mamatā; bhartuḥ tyāga-viśaṅkitām — muito temerosa de ser abandonada por seu esposo ao dar à luz um filho ilegítimo; nāma-nirvācanam — uma cerimônia na qual a criança recebe o nome, ou nāma-karaṇa; tasya — à criança; ślokam — verso; enam — este; surāḥ — os semideuses; jaguḥ — anunciaram.

Mamatā muito temeu ser abandonada pelo seu esposo ao dar à luz um filho ilegítimo e, portanto, pensou em abandonar a criança. Nesse momento, entretanto, os semideuses solucionaram o problema, dando um nome à criança.

SIGNIFICADO—De acordo com a escritura védica, sempre que nasce uma criança, há algumas cerimônias, conhecidas como jāta-karma e nāma-karaṇa, nas quais brāhmaṇas eruditos, imediatamente após o nascimento da criança, fazem um horóscopo de acordo com os cálculos astro­lógicos. Mas a criança que Mamatā deu à luz foi gerada irreligiosamente por Bṛhaspati, pois, embora Mamatā fosse a esposa de Utathya, Bṛhaspati engravidou-a à força. Portanto, Bṛhaspati tornou-se bhartā. De acordo com a cultura védica, a esposa é considerada propriedade de seu esposo, e um filho nascido através de sexo ilícito chama-se dvāja. A palavra comum ainda corrente na sociedade hindu para designar essa espécie de filho é doglā, que se refere a um filho que não é gerado pelo esposo de sua mãe. Em tal situação, é difícil dar à criança um nome de acordo com os devidos princípios reguladores. Mamatā, portanto, ficou perplexa, mas os semideuses deram à criança um nome apropriado, Bharadvāja, que indicava que a criança nascida ilegitimamente deveria ser mantida por Mamatā e Bṛhaspati.

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