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VERSO 10

sukanyā cyavanaṁ prāpya
patiṁ parama-kopanam
prīṇayām āsa citta-jñā
apramattānuvṛttibhiḥ

sukanyā — a garota chamada Sukanyā, a filha do rei Śaryāti; cyavanam — o grande sábio Cyavana Muni; prāpya — após obter; patim — como seu esposo; parama-kopanam — que vivia irado; prīṇayām āsa — ela o satisfez; citta-jñā — compreendendo a mente de seu espo­so; apramattā anuvṛttibhiḥ — executando serviço sem se confundir.

Cyavana Muni era muito irritável, mas, já que o obtivera como esposo, Sukanyā tentava relacionar-se com ele muito cuidadosamente, de acordo com o temperamento dele. Conhecendo sua mente, ela lhe prestava serviço sem se desorientar.

SIGNIFICADO—Este é um bom exemplo do relacionamento entre esposo e esposa. Uma personalidade grandiosa como Cyavana Muni tem como temperamento sempre querer ficar em uma posição superior. Semelhante pessoa não pode submeter-se à vontade de ninguém. Portanto, Cyavana Muni tinha um temperamento irritável. Sua esposa, Sukanyā, podia entender sua atitude e, nessas circunstâncias, dava-lhe a atenção que ele exigia. Se uma esposa deseja ser feliz com seu esposo, ela deve esforçar-se por entender o temperamento do esposo e satisfazê-lo. Isso é uma vitória para a mulher. Mesmo no convívio do Senhor Kṛṣṇa com Suas diversas rainhas, observa-se que, embora fossem filhas de grandes reis, as rainhas assumiam diante do Senhor Kṛṣṇa a po­sição de criadas. Por maior que uma mulher possa ser, ela deve as­sumir diante de seu esposo essa atitude, isto é, ela deve estar pronta a executar as ordens de seu esposo e satisfazê-lo em todas as circunstâncias. Então, sua vida será exitosa. Quando a esposa se torna tão irritável como o esposo, a vida deles no lar decerto será perturbada e, em última análise, ela se encontrará com a completa ruína. Nos dias modernos, a esposa nunca é submissa, daí a vida familiar ser abalada mesmo por episódios banais. Assim é que a esposa ou o esposo acabam aproveitando-se das leis do divórcio. De acordo com a lei védica, entretanto, não existem fenômenos tais como leis do di­vórcio, e a mulher deve aprender a ser submissa à vontade de seu esposo. Os ocidentais contestam dizendo que, nessa condição, a esposa vira uma escrava, mas o fato não é este; é essa a tática pela qual a mulher pode conquistar o coração de seu esposo, por mais irritável ou cruel que ele possa ser. Nesse caso, vemos claramente que, embora Cyavana Muni não fosse jovem, mas, na verdade, assaz velho para ser o avô de Sukanyā, e também mesmo sendo ele muito irritável, Sukanyā, a bela e jovem filha de um rei, submeteu-se ao seu idoso esposo e tentou satisfazê-lo em todos os aspectos. Logo, ela era uma esposa casta e fiel.

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