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VERSO 21

kathaṁ matis te ’vagatānyathā satāṁ
kula-prasūte kula-dūṣaṇaṁ tv idam
bibharṣi jāraṁ yad apatrapā kulaṁ
pituś ca bhartuś ca nayasy adhas tamaḥ

katham — como; matiḥ te — tua consciência; avagatā — caiu; anya­thā — de outra maneira; satām — da mais respeitável; kula-prasūte — ó minha filha, nascida na família; kula-dūṣaṇam — que és a degrada­ção da família; tu — mas; idam — isto; bibharṣi — estás mantendo; jāram — um amante; yat — tal como é; apatrapā — sem pudor; kulam — a dinastia; pituḥ — do teu pai; ca — e; bhartuḥ — do teu esposo; ca — e; nayasi — estás arrastando; adhaḥ tamaḥ — para baixo, rumo à escuri­dão ou ao inferno.

Ó minha filha, ó tu que nasceste em família respeitável, como foi que degradaste tua consciência dessa maneira? Como é que descaradamente manténs um amante? Com isso, degradarás as dinastias tanto de teu pai quanto de teu esposo, lançando-as em uma vida infernal.

SIGNIFICADO—É bastante evidente que, de acordo com a cultura védica, a mulher que, na presença do esposo com quem se casou, aceita um amante ou um segundo esposo, decerto é responsável pela degradação da fa­mília de seu pai e da família de seu esposo. Mesmo hoje em dia, as regras da cultura védica referentes a isso são seguidas estritamente nas respeitáveis famílias dos brāhmaṇas, kṣatriyas e vaiśyas; apenas os śūdras se degradam e não as seguem. São atos inaceitáveis na cultura védica a mulher pertencente à classe de brāhmaṇa, kṣatriya ou vaiśya aceitar outro esposo na presença do esposo com quem se casou, ou impetrar divórcio e aceitar um namorado ou amante. Portanto, o rei Śaryāti, que não conhecia os fatos que acabaram causando a transformação de Cyavana Muni, ficou surpreso ao ver o comportamento de sua filha.

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